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A professora Ester Sabino, do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP e diretora do Instituto de Medicina Tropical da USP, é uma das autoras do artigo Genomic and epidemiological monitoring of yellow fever vírus transmission potential, publicado na revista Science no dia 26 de agosto. O artigo mostra que o surto de 2016-2018 na região Sudeste do Brasil - o maior surto em mais de 100 anos - resultou de uma introdução de uma estirpe de febre amarela que veio da região Amazônica, onde o vírus circula silenciosamente.

De acordo com os pesquisadores, depois de introduzido em Minas Gerais, em julho 2016, o vírus espalhou-se rapidamente em populações locais de mosquitos silvestres e primatas não humanos a uma velocidade média de 3.3 km por dia e em direção as grandes cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O artigo mostra que os casos de febre amarela que ocorreram em populações humanas foram ocupacionais, isto é, ocorreram em indivíduos predominantemente do sexo masculino, maioria formada por trabalhadores rurais com atividades ocupacionais que vivia, em média, a 5 km de áreas florestais e que não tinha sido vacinada. 

Entre os autores principais do artigo estão os professores Nuno Faria, da Universidade de Oxford, e Luiz Alcantara, da FIOCRUZ-RJ.