Maysa Sousa apresentará resultados obtidos em pacientes com diabetes tipo 2
A atividade física regular tem um impacto positivo na saúde e no bem-estar de pessoas de faixas etárias e capacidades físicas variadas, além de ter demonstrado em diversos estudos que pode reduzir o risco de doenças não transmissíveis e condições crônicas de saúde. Nesse contexto, e aproveitando a proximidade da Copa do Mundo de futebol, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde Pública do Catar e a fundação Generation Amazing sediarão a conferência Sports for Health, em Doha, de 4 a 6 de outubro deste ano.
O evento visa fortalecer as redes globais de conhecimento sobre o tema e traduzir a ciência em políticas e práticas em torno do uso do futebol e do esporte para a saúde, contando com a participação de diversos especialistas internacionais.
Integrando essa rede, e a convite da OMS, a pesquisadora Maysa Sousa, do Laboratório de Carboidratos e Radioimunoensaios (LIM/18) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), irá apresentar os resultados do seu projeto “Futebol e Saúde: impacto da nutrição e da prática de futebol recreativo em pacientes com Diabete Melito tipo 2”. Financiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP), ele avalia o efeito da prática de futebol recreativo 3 vezes por semana durante 40 minutos, e da dieta saudável hipocalórica na saúde dos pacientes com diabetes tipo 2 e na prevenção de comorbidades.
“É o reconhecimento de um projeto brasileiro como exemplo para o mundo de promoção à saúde de uma doença grave e de alto custo como o diabetes”, diz Maysa. Aproveitando o amor dos brasileiros pelo futebol, a pesquisadora identificou no esporte uma ferramenta viável de promoção à saúde, motivando a população com a doença a sair da condição de sedentarismo e evitar complicações micro e macrovasculares, que são de alto custo para tratamento. Como resultados, houve melhor controle da doença entre os praticantes de futebol com redução dos valores de colesterol e triglicérides totais, aumento da capacidade cardiorrespiratória, redução das complicações do diabetes, remissão do diabetes em 5% dos participantes do estudo, entre outros.
Como ressalta a pesquisadora, “a alta prevalência dessa e outras doenças não transmissíveis na população brasileira destaca a necessidade urgente de otimizar estratégias preventivas eficazes e sustentáveis”. Segundo os dados mais atuais da International Diabetes Federation, entre os brasileiros de 20 a 79 anos, aproximadamente 15,7 milhões têm a enfermidade.
Assim, a Conferência em Doha trará a oportunidade aos delegados de obterem insights práticos sobre iniciativas e experiências atuais. "Será uma importante oportunidade para discutir experiências de programas de esporte comunitários e implementação e avaliação em diversos contextos, identificando as melhores práticas de programas para a população portadora de doença crônica e obtenção de recursos para esse fim”, diz Maysa.
Mais informações sobre o evento e a programação completa podem ser encontradas em: https://2022.wish.org.qa/sport-for-health-conference/