Ementa

Os estudos de coorte prospectivos e multicêntricos APRICOT e NECTARINE evidenciam uma preocupante taxa de eventos críticos graves e uma variabilidade considerável nas práticas anestésicas em crianças e recém-nascidos na Europa. O estudo APRICOT revelou uma taxa de eventos críticos graves de 5,2% (IC 95%: 5 - 5,5) durante o manejo da anestesia em procedimentos cirúrgicos ou diagnósticos pediátricos. Essa alta incidência de eventos críticos destaca a necessidade urgente de aprimoramento das práticas anestésicas para minimizar riscos e garantir a segurança dos pacientes pediátricos. De maneira semelhante, o estudo NECTARINE identificou variabilidade significativa na interpretação dos limiares fisiológicos que desencadeiam intervenções médicas em recém-nascidos e crianças menores de 1 ano. Esta variabilidade sugere que a falta de padronização nas práticas anestésicas pode levar a diferentes abordagens e, potencialmente, a resultados inconsistentes na saúde dos pacientes. A má oxigenação tecidual durante procedimentos anestésicos é uma preocupação séria, pois pode impactar negativamente os desfechos clínicos. Esses achados sublinham a necessidade de diretrizes padronizadas para o gerenciamento perioperatório de neonatos e crianças menores de 1 ano. Até o momento, não dispomos de dados específicos sobre a realidade nacional em relação às complicações na anestesia pediátrica e neonatal. No entanto, a evidência internacional sugere que há uma oportunidade significativa para melhorar a formação e a prática clínica em nossa realidade. A importância de um curso específico de anestesia pediátrica e neonatal é evidente pelos seguintes motivos: 1. Alta Incidência de Eventos Críticos: Os dados do estudo APRICOT indicam uma taxa de eventos críticos que requer uma atenção imediata para a implementação de medidas que possam reduzir esses riscos. Melhorar o conhecimento e as habilidades dos anestesiologistas pode reduzir a ocorrência desses eventos. 2. Variabilidade nas Práticas Anestésicas: A variabilidade observada no estudo NECTARINE quanto aos limiares fisiológicos e a resposta a intervenções sugere a necessidade de uniformidade na abordagem anestésica para neonatos e lactentes. Um curso dedicado pode ajudar a alinhar práticas com as melhores evidências disponíveis e promover consistência na prática clínica. 3. Ausência de Dados Nacionais: Embora os estudos internacionais forneçam insights valiosos, a falta de dados específicos sobre complicações na anestesia pediátrica e neonatal em nosso país sublinha a necessidade de formação contínua. Um curso estruturado pode ajudar a preencher essa lacuna e preparar os profissionais para enfrentar desafios específicos à nossa população. 4. Necessidade de Educação e Padronização: A evidência de variabilidade e a necessidade de diretrizes padronizadas destacam a importância de educar os profissionais em práticas baseadas em evidências e em protocolos padronizados. O curso pode servir como uma plataforma para disseminar conhecimentos atualizados e estratégias de manejo perioperatório eficazes. 5. Impacto na Qualidade do Atendimento: Ao focar na formação especializada, o curso pode capacitar médicos anestesistas a oferecer um cuidado mais seguro e eficaz para pacientes pediátricos e neonatais. A melhoria na qualidade da anestesia resultará em melhores desfechos clínicos, menor incidência de complicações e uma experiência mais segura para os pacientes e suas famílias. Com base nos dados dos estudos APRICOT e NECTARINE, e considerando a necessidade de dados e práticas padronizadas em nosso país, a realização de um curso de anestesia pediátrica e neonatal é crucial. O formato EAD é ideal para atingir um público amplo de profissionais, permitindo que continuem suas atividades profissionais enquanto se especializam. Este curso não só responderá à necessidade de formação contínua, mas também contribuirá significativamente para a melhoria da prática anestésica pediátrica e neonatal, elevando o padrão de cuidado e segurança para os nossos pacientes mais jovens.