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Estudo inédito revela que SP terá 340 mil médicos em uma década e número de profissionais sem especialização acende alerta

Demografia Médica do Estado de São Paulo apresenta raio X da Medicina e desigualdades regionais

São Paulo, 10 de dezembro de 2025 – A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Associação Paulista de Medicina (APM) e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) anunciam o estudo “Demografia Médica do Estado de São Paulo” 2026 (DMSP), um recorte estadual inédito e detalhado que traça as características, cenários e tendências da população de médicos nos 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS).

“A Demografia Médica de São Paulo surge com o propósito de fornecer evidências científicas para orientar políticas públicas. Com isso, busca aproximar os médicos das necessidades da população e dos serviços existentes, considerando as características sociais, econômicas e sanitárias singulares de cada região do estado”, explica o coordenador do estudo e docente do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, Prof. Dr. Mário Scheffer.

OFERTA E PROJEÇÃO DE MÉDICOS

Ao final de 2025, o estado de São Paulo contará com aproximadamente 197 mil médicos. O levantamento projeta um aumento expressivo da oferta nos próximos anos, quando o número de profissionais poderá ultrapassar 235 mil em 2030, chegando à marca de 340 mil profissionais ao final da década.

Esse crescimento acelerado fará com que a razão de médicos por habitantes suba de quatro por mil habitantes em 2025 para sete por mil em 2035. Apesar do aumento geral, a distribuição permanecerá desigual. Enquanto em 2025 a região de Ribeirão Preto dispõe de 5,2 médicos por mil habitantes, a de Registro tem 2,1.

“Ter acesso a dados tão importantes e confiáveis é fundamental para nortear nossas ações e seguir no caminho da qualidade, tomando decisões baseadas em informações concretas e objetivas, com condições de estabelecer uma política de saúde pública competente”, destaca o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Dr. Eleuses Vieira de Paiva.

ESPECIALISTAS X GENERALISTAS

O estudo aponta que 60% dos médicos em São Paulo (aproximadamente 117,7 mil) são especialistas, confirmando o papel do estado como centro formador e empregador. Ainda mais concentrados do que os médicos em geral, 57% dos especialistas estão na Grande São Paulo e outros 10% na região de Campinas.

Já o grupo de médicos generalistas (sem título de especialista) cresce em ritmo muito maior que o de especialistas. Atualmente, são cerca de 80 mil profissionais nessa condição, correspondendo a 40% do total, um salto significativo em comparação ao ano 2000, quando representavam menos de 25%.

EXPANSÃO E PRIVATIZAÇÃO DO ENSINO

O fenômeno do crescimento do número de médicos generalistas está relacionado, dentre outros fatores, à expansão do ensino privado e à insuficiência de vagas de Residência Médica (RM) para todos os egressos. Nos últimos dez anos, foram abertos 40 novos cursos de Medicina em São Paulo, totalizando 87 escolas médicas em 2025. A expansão consolidou a privatização do ensino: hoje, 92% do total de vagas são oferecidas por escolas médicas privadas, enquanto menos de 10% estão em instituições públicas.

Embora tenha havido descentralização, a Grande São Paulo ainda detém mais de 40% das vagas de graduação. A oferta de residência, apesar de ter aumentado, não acompanhou o mesmo ritmo e ainda atrai muitos candidatos de outros estados.

“A abertura indiscriminada de cursos de Medicina e o crescimento acelerado do número de médicos generalistas, uma vez que não há vagas de Residência Médica para todos, são uma grande preocupação da APM e de todo o movimento associativo”, afirma o presidente da Associação Paulista de Medicina, Antonio José Gonçalves.

MULHERES E JOVENS REDEFINEM A PROFISSÃO

O perfil dos médicos em São Paulo vem apresentando mudanças. As mulheres consolidaram-se como maioria e, em 2025, passaram a representar 52% do total de médicos. A tendência de feminização é contundente: a projeção é de que elas passem a representar 70% da população de médicos na próxima década.

Atualmente, as médicas predominam em 22 das 55 especialidades, sendo maioria expressiva (mais de 60%) em áreas como Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, e Medicina de Família e Comunidade. Além de mais feminina, a profissão rejuvenesceu: mais de um terço dos médicos no estado tem 35 anos ou menos.

“A feminização da medicina brasileira é uma conquista irreversível. Esse fato reflete o momento de transformação que vivemos, mas também impõe novos compromissos. Precisamos garantir que essa superioridade numérica venha acompanhada de equidade real em cargos de chefia, remuneração e condições de trabalho compatíveis com a realidade da mulher contemporânea”, analisa a diretora da FMUSP, Profa. Dra. Eloisa Bonfá.

CONCENTRAÇÃO NO SETOR PRIVADO: O CASO DOS CIRURGIÕES

Um dos destaques do levantamento é a análise sobre a atuação dos cirurgiões paulistas, que evidencia a forte atração exercida pelo setor privado, considerando que, no estado, 40% das pessoas têm planos de saúde.

Os dados revelam que a "dupla prática", quando o profissional atua simultaneamente nos setores público e privado, é a modalidade de trabalho de quase 70% desses especialistas. Já aqueles que atuam exclusivamente na rede privada somam 26%, enquanto menos de 7% se dedicam apenas à rede pública.

Para os pesquisadores, esse cenário reduz a disponibilidade de profissionais para a parcela da população que depende exclusivamente do SUS.

SOBRE A DEMOGRAFIA MÉDICA

A publicação “Demografia Médica do Estado de São Paulo” (DMSP) é um recorte estadual da pesquisa nacional “Demografia Médica no Brasil”, realizada há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A pesquisa tem o propósito de traçar características, cenários e tendências da população de médicos no estado, além de apresentar dados referentes aos 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS).

O trabalho é apoiado pelo Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e contou com a parceria da Associação Paulista de Medicina (APM) e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Pesquisa inédita da USP aponta riscos do uso de canetas emagrecedoras por pessoas sem indicação clínica

Artigo alerta para a falta de evidências sobre eficácia e segurança do uso por indivíduos sem obesidade

São Paulo, 8 de dezembro de 2025 – Um estudo internacional liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e da Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP), publicado recentemente na revista científica Obesity, revela um cenário que avança com rapidez em diversos países: o uso de medicamentos desenvolvidos para tratar diabetes tipos 2 e obesidade por pessoas sem diagnóstico  ou condições metabólicas associadas às doenças. A pesquisa, que reúne especialistas do Brasil, Estados Unidos, Dinamarca e Japão, explora os impactos sociais, culturais, emocionais e comportamentais desse novo padrão de consumo das chamadas “canetas emagrecedoras”.

Conduzida pelos professores Dra. Fernanda Scagliusi e Dr. Bruno Gualano, do Centro de Medicina do Estilo de Vida (CMEV) da FMUSP, a análise mostra que os agonistas de GLP-1 — substâncias que imitam a ação de um hormônio ligado ao controle do apetite, da saciedade e da glicose — deixaram de ser vistos exclusivamente como tratamentos médicos. Nos últimos anos, também passaram a ser usados como ferramentas de otimização corporal.

A MEDICALIZAÇÃO DA MAGREZA

O uso off-label, termo em inglês que se refere ao consumo de medicamentos para finalidades não previstas na bula aprovada por órgãos reguladores, é uma prática aceita em contextos médicos específicos e exige acompanhamento adequado, justificativa clínica e avaliação rigorosa dos riscos.

Apesar desses critérios, a ascensão das canetas emagrecedoras entre o público estudado está fortemente ligada à dinâmica das redes sociais. Plataformas digitais, influenciadores e celebridades têm impulsionado a popularização desses medicamentos, reforçando a ideia de que a magreza é sinônimo de sucesso, disciplina e autocuidado.

Os pesquisadores definem esse fenômeno como uma “economia moral da magreza”, na qual perder peso é percebido como virtude, enquanto não emagrecer é interpretado como fracasso pessoal. “Nas redes, vemos narrativas muito sedutoras que apresentam esses medicamentos como soluções simples e rápidas, sem mencionar riscos ou limitações. Tudo isso pressiona as pessoas a recorrerem a estratégias farmacológicas mesmo sem necessidade clínica, apenas para atingir um ideal estético amplificado digitalmente”, aponta a Profa. Dra. Fernanda Scagliusi, primeira autora do estudo.

FENÔMENO CRESCE MAIS RÁPIDO QUE AS EVIDÊNCIAS

“Há uma lacuna importante de conhecimento. Sabemos que esses medicamentos são eficazes para pessoas com obesidade, mas ainda faltam estudos que avaliem segurança, impacto psicológico e efeitos de longo prazo em indivíduos sem indicação clínica. Isso torna o uso estético especialmente preocupante”, afirma o Prof. Dr. Bruno Gualano, presidente do Centro de Medicina do Estilo de Vida da FMUSP.

Entre as incertezas, a pesquisa identificou possíveis alterações no comportamento alimentar, dependência emocional do medicamento, medo de recuperar peso e mudanças significativas na relação com o corpo e com a alimentação.

DIFERENÇAS ENTRE PAÍSES: O PESO DA CULTURA

O uso off-label não ocorre de forma homogênea no mundo, e as motivações variam de acordo com valores culturais, normas sociais e características dos sistemas de saúde.

No Brasil, a busca por esses medicamentos está fortemente associada a padrões de beleza atravessados por questões de raça, gênero e classe. Nos Estados Unidos, prevalece um discurso centrado na responsabilidade individual, produtividade e autocontrole. No Japão, a preocupação se aproxima mais da vigilância em saúde, enquanto na Dinamarca o consumo se insere em um contexto de maior confiança institucional e controle regulatório.

“É uma tendência mundial, mas não existe uma explicação única para ela. Cada país oferece pistas diferentes sobre como cultura, economia e saúde se entrelaçam nesse novo uso das canetas emagrecedoras”, conclui a Profa. Dra. Fernanda Scagliusi.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Dia Mundial de Luta contra a AIDS: Medicina da USP aponta avanços em prevenção e adesão ao tratamento  

Análises indicam crescimento de novos casos em metade dos municípios do país, aumento da infecção entre jovens e necessidade urgente de ampliar o acesso à PrEP

São Paulo, 1º de dezembro de 2025 - Em 2025, o Brasil completa 40 anos da resposta nacional ao HIV, iniciada pelo Ministério da Saúde em 1985. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) destacam que esse período marca conquistas fundamentais, como o controle da transmissão sanguínea e da transmissão vertical (da mãe para o bebê), assim, como o acesso universal ao tratamento por antirretroviral, que aumentou qualidade de vida das pessoas infectadas e reduziu a mortalidade por aids, resultados diretos das políticas públicas e da estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).

Esse marco histórico também lança luz sobre desafios que persistem. O principal deles é eliminar a transmissão sexual do HIV e a morte por aids até 2030, meta estabelecida pelas Nações Unidas e assumida pelo Brasil. Segundo especialistas da FMUSP, o país avança de forma desigual e precisa acelerar políticas de prevenção, diagnóstico e tratamento para alcançar esses objetivos.

80% DOS MUNICÍPIOS TÊM EPIDEMIA ESTABILIZADA OU EM CRESCIMENTO

Estudo conduzido pela FMUSP em 2024 mostra que quase 80% dos municípios brasileiros apresentam tendência de estabilidade ou crescimento de novos casos de HIV e correm o risco de não atingir as metas. Com isso, o Brasil ainda está distante de atingir o patamar de eliminação - definido como a redução de 90% dos casos em comparação a 2010.

A pesquisa revela uma forte desigualdade regional: municípios do Norte, Nordeste e Centro-Oeste têm probabilidades que variam entre 4,9 e 9,6 vezes a mais de registrar municípios com aumento da infecção do que aqueles da região Sul. O país vive, portanto, uma divisão entre áreas que podem alcançar a eliminação e regiões onde a epidemia permanecerá ainda mais intensa.

CRESCIMENTO ENTRE JOVENS ACENDE ALERTA

Apesar da queda observada nas décadas anteriores, pesquisadores da FMUSP destacam que as infecções por HIV voltaram a crescer entre jovens. Esse aumento se associa a mudanças nas práticas sexuais e a novas formas de sociabilidade, em um contexto em que campanhas públicas ainda centradas na valorização do preservativo não têm sido suficientes para responder à complexidade atual da prevenção.

“Entre adolescentes e jovens, as mensagens de prevenção muitas vezes não chegam de forma clara nem fazem sentido em seu cotidiano. O que chega até eles ainda está baseado em modelos antigos, centrados apenas no preservativo”, afirma a Profa. Dra. Marcia Couto, titular do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, que pesquisa dinâmicas sociais e desigualdades na epidemia.

PrEP É A ÚNICA ESTRATÉGIA CAPAZ DE REDUZIR SIGNIFICATIVAMENTE A INCIDÊNCIA

Após quatro décadas, o uso do preservativo segue relevante, mas não reduz a incidência, apenas desacelera o crescimento da epidemia. A única intervenção comprovadamente capaz de diminuir de forma expressiva os novos casos e que pode ser usada por pessoas não infectadas é a Profilaxia Pré-Exposição Sexual (PrEP).

Atualmente, o SUS oferece a PrEP oral diária e sob demanda, indicada com base em comportamentos que aumentam o risco de infecção. Por exemplo, pessoas com parcerias casuais, sexo comercial sem uso de preservativo ou com parceiros vivendo com HIV podem fazer uso da estratégia.
 

Apesar disso, embora a cobertura nacional da PrEP tenha aumentado, ela ainda é insuficiente para impactar a trajetória da epidemia. “A PrEP é o instrumento mais potente que temos hoje para interromper a transmissão sexual do HIV. Mas, para produzir impacto real, ela precisa chegar a muito mais gente. Não se trata apenas de disponibilizar o medicamento, é necessário facilitar o acesso, ampliar a oferta de serviços e reduzir as barreiras que afastam principalmente jovens e populações mais vulneráveis da prevenção”, afirma o Dr. Alexandre Grangeiro, pesquisador do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP.

PrEP INJETÁVEL: INOVAÇÃO PROMISSORA ENFRENTA BARREIRAS DE CUSTO E APROVAÇÃO

Uma das alternativas mais promissoras é a PrEP injetável de longa duração, baseada nos medicamentos cabotegravir e lenacapavir, que podem oferecer proteção de dois a seis meses. Um protocolo para aplicar a versão bimestral no SUS está sendo estudada na FMUSP.

Dois fatores, porém, impedem sua incorporação imediata no SUS: o preço elevado, devido a proteção patentária; e a ausência de aprovação pela Anvisa - cuja análise está em andamento; e as negociações de preço com o Ministério da Saúde, ainda sem definição.

Ampliar o acesso às modalidades de longa duração é essencial para que o país alcance as metas de eliminação até 2030.

RISCO DE PERPETUAÇÃO DA EPIDEMIA

Caso políticas de prevenção, diagnóstico e cuidado não avancem, o país pode manter uma epidemia ainda mais intensa nos próximos anos, especialmente em regiões marcadas por desigualdades estruturais e menor acesso aos serviços de saúde.

“Temos um país dividido: um Brasil que pode atingir as metas de eliminação e outro que continuará convivendo com o HIV de forma prolongada”, conclui a Profa. Dra. Marcia Couto.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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FMUSP anuncia vencedores do 1º Prêmio FMUSP de Impacto Social

Iniciativa reconhece projetos de pesquisa e extensão que contribuem para o bem-estar e o desenvolvimento social

São Paulo, 10 de novembro de 2025 - A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) anuncia os vencedores da primeira edição do Prêmio FMUSP de Impacto Social, criado para valorizar projetos acadêmicos que promovem inovação e contribuem para o bem-estar coletivo. A iniciativa reforça o compromisso da instituição em aproximar a ciência da sociedade e estimular ações com potencial transformador.

Na categoria Pesquisa e Inovação, o projeto vencedor foi “Prevenção e cuidado da violência de gênero para a melhoria da saúde e qualidade de vida de todas as pessoas: aliando pesquisa à intervenção”, liderado pelas Profas. Dras. Ana Flávia Pires Lucas d’Oliveira e Lilia Schraiber, do Departamento de Medicina Preventiva.

Receberam menções honrosas os projetos “Plataforma Nacional de Teleconferência do Ato Cirúrgico: Inovação e Telementoria em Tempo Real para a Democratização do Acesso à Saúde Especializada”, coordenado pelo Prof. Dr. Fábio Jatene (Cardiopneumologia), e “Microplástico e Saúde Humana”, desenvolvido pela Profa. Dra. Thaís Mauad (Patologia).

Na categoria Extensão, o destaque foi o projeto “Bandeira Científica”, coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Fernando Ferraz da Silva (Patologia), que promove ações de saúde, pesquisa e cidadania em diversas regiões do país.

As menções honrosas foram concedidas a “Implantação do Centro de Tratamento de Álcool e Outras Drogas do Instituto Perdizes do HCFMUSP: impacto social no cuidado em álcool e outras drogas”, do Prof. Dr. Arthur Guerra de Andrade (Psiquiatria), e “Kids Save Lives Brasil”, da Profa. Dra. Naomi Kondo Nakagawa (Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional).

“A ciência precisa ultrapassar os muros da universidade e proporcionar benefícios concretos para a sociedade. Este prêmio reconhece projetos que cumprem esse papel com excelência”, afirmou a Profa. Dra. Eloisa Bonfá, diretora da FMUSP.

Coordenador pelo Prof. Dr. Itamar de Souza Santos, o prêmio teve a banca de Pesquisa e Inovação presidida pela Profa. Dra. Rossana Pulcineli Francisco e a banca de Extensão, pela Profa. Dra. Sylvia Costa Lima Farhat

Os projetos foram avaliados por um comitê composto por docentes do Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmico da USP (EGIDA) e por membros da sociedade civil, selecionados por suas expertises nas áreas de saúde, comunicação e educação, voltadas para o benefício da sociedade. Integraram o grupo: Lucia Helena de Oliveira (jornalista especializada em saúde), Bárbara Paludeti (editora do VivaBem/UOL), Vera Oliveira (Instituto C), Priscilla Mattar (Novo Nordisk), Vanessa Pirolo (Vozes do Advocacy), Fátima de Lourdes dos Santos Nunes e Raquel Assed Bezerra da Silva (EGIDA/FMUSP).

Todos os projetos inscritos passarão a integrar o Observatório de Repercussão e Impacto (ORI-FMUSP), plataforma que reunirá iniciativas de pesquisa, inovação e extensão voltadas à transformação social desenvolvidas pela comunidade acadêmica.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Cientistas de Medicina da USP estão entre os que mais influenciam políticas públicas no mundo

Ester Sabino, Gilberto de Castro, Ludhmila Hajjar, Paulo Lotufo, Paulo Saldiva e Renata Levy foram reconhecidos por influência em decisões estratégicas de saúde e ciência

São Paulo, 7 de novembro de 2025 - O impacto da pesquisa científica desenvolvida na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) foi reconhecido no relatório Bori-Overton 2025, divulgado no dia 6 de novembro, que aponta 107 cientistas brasileiros com maior influência na formulação de políticas públicas. Os professores Paulo Saldiva e Ester Sabino (docentes do Departamento de Patologia), Ludhmila Hajjar e Paulo Lotufo (docentes do Departamento de Clínica Médica), Renata Levy (pesquisadora colaboradora do Departamento de Medicina Preventiva) e Gilberto de Castro (professor colaborador do Departamento de Radiologia e Oncologia) figuram entre os mais citados em documentos estratégicos e pareceres utilizados por gestores e órgãos públicos entre 2019 e julho de 2025.

O estudo, elaborado pela Agência Bori em parceria com a plataforma Overton, analisou mais de 4,2 mil documentos de políticas públicas e 35 mil publicações científicas de autores vinculados a instituições brasileiras. A USP aparece com 22 pesquisadores na lista, o que evidencia a contribuição da Universidade na produção de conhecimento aplicado a decisões governamentais.

O Prof. Paulo Saldiva está entre os destaques do relatório, figurando como um dos cinco cientistas mais influentes do país, com mais de 600 documentos de políticas públicas que mencionam seus estudos sobre saúde urbana, meio ambiente e qualidade do ar. Reconhecida por sua atuação durante a pandemia de Covid-19, a Profa. Ester Sabino também foi reconhecida por pesquisas sobre doenças infecciosas e vigilância epidemiológica. Já a Profa. Ludhmila Hajjar e o Prof. Paulo Lotufo nas áreas de cardiologia e doenças crônicas. A lista é reforçada pelos nomes da Profa. Renata Levy, referência em nutrição e saúde populacional, e do Prof. Gilberto de Castro, em oncologia.

As menções refletem o alcance e a aplicabilidade da produção científica brasileira em políticas de saúde, meio ambiente e desenvolvimento social. A metodologia do estudo se baseia na identificação de citações em documentos oficiais, como planos governamentais, relatórios técnicos e pareceres emitidos por órgãos públicos nacionais e internacionais.

“A pesquisa universitária tem papel essencial na construção de soluções que beneficiam toda a sociedade. Esses resultados demonstram a relevância do trabalho dos nossos docentes e sua contribuição concreta para a formulação de políticas públicas baseadas em evidências científicas”, celebrou a diretora da FMUSP, Profa. Dra. Eloisa Bonfá. 

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

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Estudo da FMUSP aponta impacto da violência doméstica na saúde de mulheres no climatério

Pesquisa realizada com paciente do HCFMUSP relaciona agressões a doenças ginecológicas e comorbidades crônicas

São Paulo, 21 de outubro de 2025 – A violência doméstica é um problema global que atinge uma em cada três mulheres, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e deixa marcas duradouras na vida das vítimas. Um estudo conduzido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revelou que mulheres no climatério, período de transição entre a vida reprodutiva e a não reprodutiva, apresentam sequelas significativas quando expostas a esse tipo de agressão, com efeitos diretos na saúde ginecológica, na sexualidade e no bem-estar psicológico.

A pesquisa, intitulada “Sexualidade e saúde mental da mulher climatérica vítima de violência doméstica”, foi conduzida pela mestranda Débora Krakauer, do Programa de Pós-Graduação em Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP, sob orientação do Dr. José Maria Soares Júnior, professor associado e chefe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da instituição. O estudo avaliou mulheres entre 40 e 65 anos, divididas em dois grupos: vítimas de agressões e participantes sem histórico de abuso.

Consequências na saúde ginecológica

Os resultados mostraram que, em comparação ao grupo controle, as mulheres que sofreram abuso apresentaram taxas mais altas de endometriose (28% contra 10%), infecções ginecológicas (32% contra 10%), incontinência urinária (58% contra 26%) e dor pélvica crônica (82% contra 26%).

Os pesquisadores também destacaram a prevalência de vaginismo entre as participantes vítimas de violência. Enquanto apenas 6% das mulheres sem histórico de agressão relataram o problema, 42% do grupo das vítimas apresentava a condição, que é caracterizada pela contração involuntária da musculatura vaginal, o que dificulta ou impede a relação sexual.

Impactos na sexualidade e na saúde mental

Os dados evidenciam que os abusos deixam marcas duradouras no corpo feminino, afetando a saúde reprodutiva, a saúde mental e a qualidade de vida. A análise da função sexual mostrou que, embora disfunções também tenham sido relatadas no grupo controle, as vítimas de violência apresentaram menor desejo e maior dor durante as relações sexuais. De modo geral, o desconforto sexual foi quase duas vezes mais frequente entre essas mulheres: 76% contra 46%.

As repercussões não se limitaram à esfera ginecológica. O estudo identificou também maior prevalência de doenças crônicas associadas ao estresse. Casos de diabetes foram nove vezes mais comuns entre as vítimas (18% contra 2%), e os de hipertensão arterial, quase o dobro (54% contra 32%). Esses achados sugerem que a violência doméstica impacta o funcionamento metabólico e cardiovascular, reforçando a hipótese de que o estresse crônico decorrente das agressões pode contribuir para o surgimento ou agravamento dessas condições.

“A violência doméstica não se restringe ao momento da agressão. Ela repercute na saúde sexual, reprodutiva, mental e social da vítima. São mulheres que apresentam maior sofrimento físico e psicológico, com impacto em toda sua vida: acadêmica, social, familiar e sexual. O trauma se manifesta nos sintomas no corpo e na mente, deixando danos muitas vezes irreparáveis”, afirma a pesquisadora Débora Krakauer.

Todas as participantes do grupo de estudo relataram ter vivenciado algum tipo de violência ao longo da vida: 74% física, 66% sexual e 80% psicológica. A maioria sofreu agressões na vida adulta e, em 90% dos casos, os episódios foram recorrentes, evidenciando o caráter repetitivo e cumulativo da violência doméstica.

“A violência deixa marcas que não são apenas emocionais, mas também físicas, como dores crônicas, disfunções sexuais e maior incidência de doenças crônicas. É essencial que os profissionais estejam preparados para identificar esses sinais e oferecer um cuidado integral, que abranja desde a prevenção até a reabilitação”, concluiu o Prof. Dr. José Maria Soares Júnior.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

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Mortes por calor extremo devem dobrar na América Latina até 2050, alerta estudo com participação da FMUSP

Projeção aponta que pessoas idosas e mais pobres serão as principais vítimas

São Paulo, 15 de outubro de 2025 – Para compreender os impactos futuros da mortalidade relacionada às temperaturas extremas, especialistas de diversos países desenvolveram um estudo, cujos resultados foram publicados recentemente na revista Environment International.  Liderada no Brasil pelo Prof. Dr. Nelson Gouveia, titular do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a pesquisa projeta que, entre 2045 e 2054, a proporção de mortes causadas pelo calor deve mais que dobrar, passando de 0,87% para 2,06% do total de óbitos.

O trabalho analisou dados de mortalidade e projeções climáticas em 326 cidades da Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Panamá e Peru, incluindo capitais brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro. Entre os achados, constatou-se que, embora as mortes relacionadas ao frio devam diminuir nas próximas décadas, essa redução não será suficiente para compensar o aumento expressivo das mortes associadas ao calor.

Este estudo faz parte do projeto Mudanças Climáticas e Saúde Urbana na América Latina (SALURBAL-Clima) e reúne pesquisadores de instituições de nove países latino-americanos e dos Estados Unidos. Com duração de cinco anos (2023-2028), o SALURBAL visa gerar evidências que relacionam as mudanças climáticas aos impactos na saúde na região.

Impactos da desigualdade social

No Brasil, foram utilizados dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do DataSUS, e do Censo Demográfico, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora o estudo não forneça recortes por cidade ou grupo populacional, ele indica que as áreas urbanas densamente povoadas tendem a enfrentar maiores riscos diante do aquecimento futuro.

“As pessoas idosas e as mais pobres são as que mais sofrem. Quem vive em áreas periféricas, em moradias precárias e sem acesso a ar-condicionado ou a espaços verdes terá mais dificuldade para enfrentar ondas de calor cada vez mais intensas”, ressalta o Prof. Dr. Nelson Gouveia, um dos autores do estudo.

Agravamento de doenças comuns

O impacto das temperaturas extremas vai além das mortes, agravando também doenças já prevalentes na população, como problemas cardiovasculares e respiratórios.

“As mortes são apenas a ponta do iceberg. O calor extremo aumenta o risco de infartos, insuficiência cardíaca e outras complicações, especialmente em pessoas com doenças crônicas”, afirma o professor.

O estudo destaca ainda que pessoas idosas e crianças estão entre os grupos mais vulneráveis, tanto por fatores fisiológicos quanto pelas condições sociais que limitam sua capacidade de se proteger diante do calor intenso.

Urgência na adaptação e nas políticas públicas

Os resultados do trabalho reforçam a necessidade de investimentos em adaptação urbana e em políticas de saúde pública. Entre as medidas recomendadas, destacam-se:

  • Sistemas de alerta precoce para ondas de calor, com comunicação clara e acessível à população;
  • Expansão de áreas verdes e criação de corredores de ventilação urbana para reduzir ilhas de calor;
  • Adaptação da infraestrutura urbana, incluindo telhados verdes, pavimentos permeáveis e sombreamento em espaços públicos;
  • Protocolos de saúde pública para atendimento prioritário a pessoas idosas e pessoas com doenças crônicas, como o já implementado no Rio de Janeiro;
  • Educação comunitária sobre os riscos do calor e formas de proteção individual e coletiva.

“Mitigar as emissões de gases de efeito estufa é fundamental, mas também precisamos nos preparar para viver em um clima mais quente. Isso envolve desde políticas governamentais até mudanças individuais de comportamento, como reduzir o uso do carro, economizar energia e evitar a exposição ao Sol em horários de maior calor”, conclui o Prof. Dr. Nelson Gouveia.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Brasil ultrapassa 50 mil vagas anuais em Medicina após abertura de 77 novos cursos, alertam pesquisadores da FMUSP

Projeção indica que o país pode superar 1,2 milhão de médicos até 2030

São Paulo, 6 de outubro de 2025 – Um levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) mostra que o Brasil vive uma nova fase de expansão no ensino médico. Entre janeiro de 2024 e setembro de 2025, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a criação de 77 novos cursos de Medicina, totalizando 4.412 vagas de graduação. No mesmo período, outros 20 cursos já existentes tiveram suas turmas ampliadas, o que representou 1.049 vagas adicionais.

No total, o país ganhou 5.461 novas vagas em menos de dois anos. Com isso, o Brasil chega a 494 escolas médicas em 2025, com 50.974 vagas anuais de graduação, das quais 80% estão em instituições privadas.

A análise, que utilizou dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), foi realizada pelo grupo de pesquisa Demografia Médica no Brasil, coordenado pelo Prof. Dr. Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, com a participação dos pesquisadores Ivan Hossni e Cristiane Almeida.

O grupo avaliou 197 portarias publicadas no Diário Oficial da União (152 referentes a novos cursos e 45 a aumentos de vagas), excluiu os pedidos indeferidos e cruzou as informações com o sistema e-MEC, base pública do Ministério da Educação, para calcular o total de cursos e vagas de graduação de medicina no país. 

EXPANSÃO REGIONAL

A região Nordeste concentrou 43% das novas vagas (2.365), seguida pelo Sudeste (1.225), Norte (835), Sul (729) e Centro-Oeste (307). Os estados que mais receberam novos cursos foram Pará, Bahia e São Paulo, com oito cada. Entre as capitais, destacam-se São Luís (MA), que sozinha obteve cinco autorizações, e Belém (PA), Teresina (PI) e Boa Vista (RR), com dois cursos cada.

Entre os municípios do interior, chamaram atenção aqueles que receberam duas autorizações simultâneas: Feira de Santana (BA), Luís Eduardo Magalhães (BA), Sobral (CE), Tianguá (CE), Cariacica (ES), São Mateus (ES), Ariquemes (RO), Santarém (PA) e Joinville (SC).

“Essa expansão reflete tanto o lobby do setor privado da educação e a pressão de prefeitos e parlamentares dos municípios beneficiados, quanto diferentes fluxos e marcos regulatórios que orientam os processos de abertura de cursos ou ampliação de vagas, que podem seguir a lei Mais Médicos, ações judiciais ou portarias do MEC”, explica o Prof. Dr. Mário Scheffer.

IMPACTOS NO SISTEMA DE SAÚDE

Com o ritmo atual de formação, que supera 50 mil novos médicos por ano, o Brasil poderá alcançar 1,2 milhão de profissionais até 2030, o equivalente a mais de cinco médicos por mil habitantes.

“A expansão terá impactos significativos no sistema de saúde. Por um lado, aumenta a disponibilidade de médicos, por outro, acentua a defasagem entre vagas de graduação e de Residência Médica. O Brasil precisa planejar melhor a qualificação, a distribuição e a inserção desses novos profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS)”, avalia o Prof. Mário Scheffer.

As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para Medicina, homologadas pelo MEC em setembro, que prevê avaliação obrigatória no quarto ano do curso, antes do internato, juntamente com o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), são parte dos esforços para assegurar a qualidade dos cursos e da formação dos futuros médicos.

SOBRE A DEMOGRAFIA MÉDICA

O estudo Demografia Médica no Brasil é conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) desde 2010. Atualmente, conta com parcerias e apoios da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Associação Médica Brasileira (AMB).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Medicina USP tem mais de 50 pesquisadores entre os 2% mais influentes do mundo 

André Brunoni, Isabela Benseñor e Paulo Lotufo são os nomes da Faculdade em melhor posição na edição 2025 do ranking da Universidade de Stanford

São Paulo, 30 de setembro de 2025 – A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) teve 57 professores e pesquisadores incluídos na edição de 2025 do Ranking Top 2% Scientists. A lista é uma iniciativa conjunta da Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, e da editora holandesa Elsevier, e reconhece a influência, o impacto e a relevância das contribuições científicas para o avanço do conhecimento global.

O levantamento, publicado em setembro, analisou dados de citações padronizadas indexadas na base Scopus, o maior banco de resumos e literatura acadêmica, considerando tanto o impacto acumulado ao longo da carreira quanto as menções em um único ano. A avaliação é abrangente, cobrindo 22 campos científicos e 174 subcampos, e utiliza um indicador composto (c-score) que ajusta as citações por fatores como coautoria e posição na autoria e garante uma medida mais precisa do impacto real da pesquisa.

“Para nós, é um orgulho ter mais de 50 dos nossos profissionais reconhecidos internacionalmente. Esse ranking evidencia o compromisso dos nossos pesquisadores na busca por soluções para a saúde e comprova que o investimento em ciência de ponta, aliado à dedicação da nossa comunidade acadêmica, proporciona resultados que impactam não apenas o Brasil, mas o mundo", afirma a Profa. Dra. Eloisa Bonfá, diretora da FMUSP.

Os pesquisadores da FMUSP se destacaram em diversas especialidades, incluindo infectologia, virologia, pneumologia, psiquiatria, neurociências, cardiologia, epidemiologia, ginecologia, oncologia, saúde pública, reumatologia, nefrologia, ortopedia, medicina do esporte e patologia ambiental.

No contexto nacional, o Brasil conta com 1.461 pesquisadores no ranking, dos quais 276 pertencem à Universidade de São Paulo (USP). A presença de nomes da FMUSP nesse grupo confirma a excelência da Faculdade e reforça sua posição como referência no ensino, na pesquisa, na assistência e na inovação em saúde. A qualidade acadêmica da instituição também é reconhecida em rankings internacionais, como o QS World University Rankings e o Times Higher Education, que em 2025 classificaram a FMUSP entre as cem melhores Faculdades de Medicina do mundo e como a melhor da América Latina.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Consumo de adoçantes pode acelerar declínio cognitivo, revela estudo da Faculdade Medicina da USP

Pesquisa mostrou envelhecimento cerebral equivalente a 1,6 anos nos maiores consumidores.

São Paulo, 3 de setembro de 2025 – A substituição do açúcar por adoçantes artificiais pode representar mais do que uma simples mudança na dieta. Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) apontou que o uso elevado desses produtos pode acarretar consequências inesperadas para a saúde cerebral a longo prazo. Os resultados foram publicados hoje, 3 de setembro, na Neurology®, revista médica da American Academy of Neurology.

A pesquisa acompanhou 12.772 adultos em todo o Brasil, com idade média de 52 anos, durante cerca de oito anos. Os adoçantes artificiais analisados no estudo - aspartame, sacarina, acessulfame-K, eritritol, xilitol, sorbitol e tagatose - são encontrados principalmente em alimentos ultraprocessados, como águas saborizadas, refrigerantes, bebidas energéticas, iogurtes e sobremesas de baixa caloria. Alguns também são utilizados como adoçantes de uso individual.

“Adoçantes de baixa ou nenhuma caloria são frequentemente vistos como uma alternativa saudável ao açúcar. No entanto, nossos achados sugerem que certos adoçantes podem ter efeitos negativos sobre a saúde cerebral. Observamos que pessoas que consomem maiores quantidades de adoçantes tendem a apresentar um declínio cognitivo mais rápido, especialmente aquelas com diabetes. É importante destacar, porém, que o estudo não estabelece relação de causa e efeito”, detalhou a autora do estudo, Profa. Dra. Claudia Kimie Suemoto, docente da disciplina de Geriatria da FMUSP.

Os participantes foram divididos em três grupos, de acordo com a quantidade total de adoçantes consumida. Aqueles que ingeriam maiores quantidades (média de 191 mg/dia) apresentaram um declínio cognitivo 62% mais rápido em memória e habilidades de pensamento em comparação com os que consumiam menos (média de 20mg/dia). Esse efeito corresponde a 1,6 ano de envelhecimento cerebral antecipado. Já o grupo intermediário, que consumiu uma média de 64 mg/dia, apresentou queda 35% mais rápida, o que equivale a 1,3 ano.

Foram realizados testes cognitivos no início, meio e no final do estudo, para acompanhar as habilidades de memória, linguagem e raciocínio ao longo do tempo. As avaliações analisaram aspectos como fluência verbal, memória de trabalho, recordação de palavras e velocidade de processamento.

MAIOR VULNERABILIDADE

Ao analisar os resultados por idade, os pesquisadores verificaram que pessoas com menos de 60 anos que consumiram as maiores quantidades de adoçantes apresentaram declínios mais rápidos na fluência verbal e na cognição geral, em comparação com aquelas que consumiram menores quantidades. Nenhuma associação foi observada em pessoas com mais de 60 anos. Já o diabetes foi apontado como um fator associado a um declínio mais rápido entre os participantes que consumiam maiores quantidades de adoçantes.

“Embora tenhamos encontrado associação com declínio cognitivo em pessoas de meia-idade, com ou sem diabetes, são as pessoas com diabetes que tendem a usar adoçantes artificiais com mais frequência como substitutos do açúcar. Precisamos de mais pesquisas para confirmar esses resultados e avaliar se outras alternativas ao açúcar, como purê de maçã, mel, xarope de bordo ou açúcar de coco, podem ser opções eficazes”, completou a Profa. Dra. Claudia Suemoto.

O estudo utilizou como base os dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), um levantamento multicêntrico que acompanha a saúde de servidores públicos de Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.

DESTAQUES:

  • O estudo acompanhou 12.772 adultos com idade média de 52 anos;
  • Pessoas que consumiram as maiores quantidades totais desses adoçantes tiveram um declínio mais rápido nas habilidades gerais de memória e raciocínio em comparação com pessoas que consumiram as menores quantidades;
  • Ao analisar adoçantes individuais, o consumo de aspartame, sacarina, acessulfame-k, eritritol, sorbitol e xilitol foi associado a declínio mais rápido na cognição geral, especialmente na memória;
  • Não foi encontrada associação entre o consumo de tagatose e o declínio cognitivo;
  • O declínio mais rápido correspondia a cerca de 1,6 anos de envelhecimento cerebral;
  • Embora o estudo tenha encontrado ligações, ele não prova que os adoçantes causam declínio cognitivo;
  • Para o aspartame, a quantidade analisada é equivalente a uma lata de refrigerante;
  • O sorbitol foi o adoçante de maior consumo, com média de 64 mg/dia.

CLIQUE AQUI - O estudo completo está disponível na Neurology®, o jornal médico da American Academy of Neurology.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Planos de saúde realizam 73% mais cirurgias de catarata que o SUS, aponta estudo da FMUSP

Pesquisa inédita revelou grande desigualdade na distribuição de oftalmologistas entre as regiões do país

Principal causa de cegueira evitável, a catarata tem na cirurgia o único tratamento realmente eficaz. Embora o procedimento esteja entre os mais realizados no Brasil e no mundo, um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revelou um dado preocupante: persistem grandes desigualdades no acesso à cirurgia no país. Segundo o novo Radar da Demografia Médica no Brasil, publicado nesta semana, os planos de saúde realizam 73% mais cirurgias do que o Sistema Único de Saúde (SUS), quando considerada a taxa proporcional à população atendida.

O levantamento, coordenado pelo Prof. Dr. Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, analisou a distribuição de oftalmologistas e a realização de cirurgias de catarata nos sistemas público e privado.

Nesta edição, o informe técnico contou com a participação dos professores Dr. Rubens Belfort Junior, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Dra. Jessica Pronestino de Lima Moreira, da Universidade Federal Fluminense (UFF); e Dra. Ligia Bahia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de outros pesquisadores.  

Maior concentração no setor privado

Em 2024, foram realizadas cerca de 1,8 milhão de cirurgias de catarata no Brasil. O SUS respondeu por 64% desse total. Porém, ao considerar o tamanho da população assistida, a taxa foi de 736,3 por 100 mil habitantes usuários exclusivos da rede pública. Já entre beneficiários de planos de saúde, que representam aproximadamente um quarto da população, a taxa alcançou 1.276,8 por 100 mil habitantes.

Ou seja, em 2024, os planos de saúde realizaram, em média, 73,4% mais cirurgias de catarata do que o SUS em todo o país.

A disparidade se torna ainda mais evidente na análise regional. No Norte, os planos de saúde realizaram 157% mais procedimentos do que o SUS; no Sul, a diferença chegou a 138%. No Sudeste, onde o cenário é menos desigual, os convênios médicos ainda assim realizaram 39% mais cirurgias que a rede pública.

Oferta desigual de oftalmologistas

O estudo também revelou a distribuição desigual de médicos especialistas no país. Em 2024, o Brasil contava com 16.784 oftalmologistas, o que corresponde a uma média nacional de 8,96 por 100 mil habitantes. Essa proporção, no entanto, varia significativamente entre os estados.

O Distrito Federal apresenta a maior taxa, com 19,18 oftalmologistas por 100 mil habitantes, seguido por São Paulo (11,25) e Espírito Santo (10,97). Na outra ponta, os menores índices estão no Amazonas (3,60), Pará (3,77) e Maranhão (4,22). Além disso, 65% de todos os especialistas estão concentrados em apenas 48 cidades com mais de 500 mil habitantes.

Média de cirurgias por oftalmologista varia entre os estados

O estudo também calculou o número médio anual de cirurgias de catarata realizadas por cada oftalmologista. Os resultados revelam contrastes expressivos: no Piauí, cada especialista realizou cerca de 180,38 procedimentos por ano; em Alagoas, 147,20. No extremo oposto, o Distrito Federal registrou apenas 21,54 cirurgias por profissional e, no Tocantins, a média foi de 37,06.

Essa variação evidencia um possível subaproveitamento da força de trabalho especializada em algumas regiões do país.

Urgência de políticas públicas

A desigualdade na oferta de cirurgia de catarata afeta diretamente a qualidade de vida da população. O atraso no tratamento prolonga a incapacidade visual, dificulta a realização de atividades cotidianas e pode levar à perda progressiva da visão.

Dados do Ministério da Saúde indicam que a cirurgia de catarata com implante de lente intraocular foi o procedimento com a maior fila de espera do sistema público de saúde em 2024. O número de solicitações superou 168 mil em todo país.

“É inadmissível que ainda exista fila para essa cirurgia no SUS. Ela pode e deve ser zerada, pois não faltam oftalmologistas no país. A coordenação de iniciativas e recursos entre esferas governamentais, o aproveitamento de parte da capacidade privada na rede pública, a padronização de práticas e preços, e a convocação de oftalmologistas mediante garantias de remuneração e condições de trabalho adequadas são medidas que poderão ampliar enormemente o acesso ao tratamento da catarata”, concluiu o Prof. Dr. Mário Scheffer, pesquisador da FMUSP.

SOBRE O ESTUDO DEMOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL (DMB)

O informe técnico “Radar da Demografia Médica no Brasil” divulga periodicamente atualizações do estudo Demografia Médica no Brasil (DMB), conduzido há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A edição de 2025 da DMB foi lançada no dia 30 de abril e resulta de uma colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), e a Associação Médica Brasileira (AMB), além de apoios do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

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A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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FMUSP lança biorrepositório inédito dedicado à síndrome de Down

Acervo biológico será disponibilizado, futuramente, à comunidade científica do Brasil e do exterior

São Paulo, 28 de julho de 2025 – A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) iniciou, neste mês de julho, os procedimentos clínicos e a coleta de amostras do Biorrepositório de Síndrome de Down, o primeiro destinado ao estudo da condição no Brasil. Coordenado pelo professor titular de Psiquiatria da FMUSP, Dr. Orestes Forlenza, o projeto de pesquisa multicêntrico integra a Rede BURITI-SD (Brazilian Uplift for Research & Innovation for Trisomic Individuals) e será voltado à preservação de amostras de sangue periférico e dados clínicos de pessoas com a síndrome, de todas as idades e regiões geográficas do país.

O Biorrepositório de Síndrome de Down foi aprovado pelo Comitê de Ética da FMUSP e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), com a perspectiva de ser um acervo aberto à colaboração de pesquisadores de todo o Brasil e do exterior. A iniciativa recebeu investimento de R$ 14 milhões, provenientes de recursos governamentais (MCTI/CNPq) e da sociedade civil, por meio do Instituto Alana. O acervo de bioamostras está sediado no Biobanco do Instituto de Psiquiatria (IPq), que integra o Sistema FMUSP-HC.

“O Biorrepositório de Síndrome de Down terá papel estratégico no avanço de estudos sobre saúde mental, envelhecimento, doenças neurodegenerativas e outras comorbidades comuns na população com trissomia do cromossomo 21”, afirma o Prof. Dr. Orestes Forlenza.

Além de preservar material biológico, o acervo será parte de uma infraestrutura nacional para estudos longitudinais, com foco em biomarcadores clínicos, genéticos e imunológicos, com potencial para apoiar diagnósticos precoces e orientar políticas públicas. As primeiras coletas serão realizadas com os participantes da Coorte Brasileira de Pessoas com Síndrome de Down, outro pilar da Rede BURITI.

CIÊNCIA EM REDE

Lançada em 2024 com apoio do CNPq/MCTI e do Instituto Alana, a Rede BURITI-SD articula mais de 30 instituições acadêmicas e da sociedade civil em uma agenda nacional de pesquisa e inclusão voltada à síndrome de Down. Além da FMUSP, também integram o projeto representantes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), com colaboração da Emory University (EUA), e os Institutos Alana e Jô Clemente.

A estrutura da rede inclui uma coorte nacional de participantes, um observatório de dados clínicos e sociodemográficos, uma base de dados de larga escala e o novo biorrepositório, sediado na FMUSP. A proposta é fomentar pesquisas interdisciplinares, formar recursos humanos especializados e gerar subsídios para políticas públicas baseadas em evidências, com foco na promoção da equidade e da cidadania de pessoas com deficiência intelectual.

Para mais informações sobre a Rede Buruti, clique aqui.

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FMUSP lança curso com metodologia Lego Serious Play para professores da saúde

Nova formação do CEDEM fortalece competências docentes com abordagem criativa

São Paulo, 22 de julho de 2025 – O Centro de Desenvolvimento da Educação Médica (CEDEM) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) deu início a um novo curso de formação docente com a aplicação da metodologia Lego Serious Play® (LSP), abordagem que estimula o pensamento criativo, a comunicação significativa e a solução colaborativa de desafios.

Com carga horária de oito horas e estrutura imersiva, a capacitação combina atividades individuais e em grupo para promover a elaboração e expressão de ideias por meio de construções tridimensionais feitas com peças da LEGO®. A proposta permite que professores explorem novas formas de pensar, ensinar e resolver problemas, aprimorando habilidades essenciais para o ambiente educacional atual.

Durante o período da manhã, os participantes são convidados a explorar dimensões mais subjetivas e simbólicas, por meio de dinâmicas de apresentação pessoal, metáforas e storytelling. Já a parte da tarde é dedicada à identificação de desafios educacionais e à criação coletiva de soluções visuais, culminando na construção de um modelo colaborativo que sintetiza as ideias compartilhadas ao longo do dia.

A iniciativa foi idealizada pela Profa. Dra. Patrícia Tempski, coordenadora do CEDEM, com apoio de uma equipe multidisciplinar de facilitadores. “O LSP é muito mais do que uma ferramenta de ensino. É um processo poderoso de escuta, reflexão e construção conjunta, que pode ser aplicado ao ensino, à gestão, ao planejamento e à resolução de conflitos na educação médica”, afirma.

Ao trazer essa abordagem para a formação docente, a FMUSP reforça seu compromisso com metodologias ativas e inovadoras, baseadas em valores como liderança colaborativa, acolhimento da diversidade, engajamento e corresponsabilidade. Para mais informações, os interessados podem entrar em contato com o CEDEM pelo e-mail cedem@fm.usp.br

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Projeto Muiraquitã: Faculdade de Medicina da USP leva saúde humanitária e formação médica ao Baixo Amazonas

Expedição contará com a participação de 45 alunos e 21 médicos voluntários, que realizarão atendimentos gratuitos à população. 

São Paulo, 7 de julho de 2024 – A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) anuncia o lançamento do Projeto Muiraquitã, uma iniciativa de cultura e extensão universitária que integra assistência, ensino, pesquisa e inovação. O objetivo é levar saúde de alta qualidade a comunidades ribeirinhas vulneráveis na região do Baixo Amazonas, no Pará.

Liderado pela Profa. Dra. Ludhmila Hajjar, titular da disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP, e pelo Dr. Victor Vaisberg, médico supervisor de Emergências da Hospital das Clínicas da FMUSP e fundador do projeto, o Projeto Muiraquitã concretiza o desejo de conectar a academia com a realidade social do País.

Missão com impacto real

“O Projeto Muiraquitã é a realização de um sonho, um empreendimento de extensão que transcende as fronteiras universitárias, levando a prática de ensino, pesquisa e inovação da FMUSP para além de seus muros”, afirma fundador da expedição.

A escolha da região do Baixo Amazonas, especificamente do Rio Tapajós, nos municípios de Santarém, Belterra e Aveiro, deve-se às suas significativas necessidades epidemiológicas e à vulnerabilidade de sua população. A missão é promover cuidado e educação em saúde para populações vulneráveis, com o objetivo de realizar mais de 4 mil atendimentos.

A expedição, que acontecerá em julho de 2025 por 20 dias, partirá de São Paulo rumo a Santarém. De lá, os participantes do Projeto embarcarão no barco-hospital Abaré, gerido pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), principal parceira local.

Serão oferecidos atendimentos clínicos, pequenas cirurgias (como retirada de cistos e biópsias, sem anestesia geral), atendimento ginecológico e odontológico. A equipe multidisciplinar contará com médicos emergencistas, clínicos, médicos de família e comunidade, infectologistas, psiquiatras, cirurgiões, radiologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e farmacêuticos.

Além disso, serão realizados exames de sangue, fezes, urina e ultrassom, e uma série de ações educativas para conscientização sobre saúde, incluindo a prevenção do câncer de colo de útero. Os atendimentos ocorrerão tanto no segundo andar do barco-hospital, que possui consultórios, laboratório e farmácia, quanto em postos de saúde externos nas comunidades, para otimizar o volume de atendimentos.

O projeto visa não apenas atendimentos pontuais, mas iniciar um cuidado contínuo, com acompanhamento, coleta de dados para pesquisa epidemiológica e a intenção de retornos futuros à região para avaliar o impacto a longo prazo.

Formação médica humanística e ética para o século XXI

Um dos pilares essenciais do Projeto Muiraquitã é a formação de uma nova geração de médicos. Em um cenário onde o Brasil forma cerca de 40 mil médicos por ano, com um número crescente de faculdades de medicina (que quintuplicaram nos últimos 10 anos enquanto a população dobrou), o Projeto Muiraquitã serve como um laboratório extramuros de vida real para estudantes de graduação da FMUSP. Eles participam desde a concepção da ideia e terão a oportunidade de vivenciar uma realidade fora das salas de aula e entender as necessidades de locais carentes de estrutura médica e acesso à saúde.

A Professora Ludhmila Hajjar ressalta a importância da iniciativa: “Sinto-me honrada em fazer parte deste momento. Este projeto ousado reflete o que considero fundamental para minha existência: atuar na formação de médicos que cuidarão da sociedade, realizar pesquisas de qualidade para mudar condutas no País, levar acesso a quem precisa e expandir as fronteiras de nossas instituições de ensino”.

O projeto alinha-se perfeitamente com uma formação humanística, ética e sistêmica, preparando os alunos com responsabilidade social desde já. Os alunos recebem uma preparação curricular robusta em saúde humanitária, estudos antropológicos e soft skills, fundamental para atuar em contextos remotos e lidar com as particularidades culturais da população ribeirinha, sempre com supervisão qualificada de preceptores e docentes da FMUSP.

Parcerias do Projeto Muiraquitã

Todas as passagens e custos dos alunos são custeados por meio de parcerias. A execução do Projeto Muiraquitã inclui desafios logísticos significativos, como o transporte de mais de 80 profissionais e estudantes, insumos de São Paulo para o Pará, além danecessidade de preparar a equipe para um cenário de prática distinto e com recursos limitados.

A iniciativa é viabilizada graças ao envolvimento de muitas pessoas e à força de parcerias sólidas com instituições como o Hospital das Clínicas da FMUSP, a Fundação Faculdade de Medicina (FFM), o Governo do Estado de São Paulo, o Governo do Estado do Pará, as Secretarias de Saúde Municipal e Estadual do Pará, a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), o Ministério do Turismo e a Força Aérea Brasileira (FAB).

Diversas disciplinas da FMUSP, como Ginecologia e Patologia Clínica, e empresas como Livenotes, Mantecorp, Kosmos e Kolplast também contribuem significativamente para o projeto. O trabalho é majoritariamente voluntário e busca potencializar o trabalho já realizado pelo SUS na região, agindo como um aditivo e oferecendo acesso a exames e medicamentos que não seriam possíveis de outra forma.

O significado de “Muiraquitã”

O nome foi escolhido por seu profundo significado na cultura indígena amazônica. “O Muiraquitã faz parte da cultura indígena amazônica e é um símbolo de boa sorte, de fertilidade, de proteção e, principalmente, de cura. A lenda diz que, ao dar este presente, criam-se vínculos e amor em momentos festivos. A ideia de nomear o projeto com essa lenda marcante da região amazônica surgiu quando um indígena me presenteou com um amuleto do Muiraquitã, que uso até hoje”, explica o Dr. Victor Vaisberg.

O Projeto Muiraquitã é mais do que uma expedição médica, é um marco que busca transformar vidas  da população atendida e dos médicos e estudantes envolvidos, além de ser um exemplo para a melhoria do acesso à saúde em todo o País.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Faculdade de Medicina da USP inaugura equipamento de sequenciamento genético inédito na rede pública da capital paulista

Aparelho estará sediado na Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clinicas da FMUSP.

A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) inaugurou ontem (2 de julho) a plataforma NovaSeq X, um equipamento de última geração para sequenciamento genético de alta precisão. O aparelho está instalado na Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clínicas (DLC-HC) da FMUSP. Esta será a primeira unidade da rede pública da cidade de São Paulo a contar com essa tecnologia e uma das duas únicas em operação no setor público de todo o estado.

O equipamento faz parte do Centro Integrado de Doenças Genéticas – Sequenciamentos Genéticos (CIGEN-Seq), vinculado ao Núcleo Multiusuário da Rede PREMIUM da FMUSP. A iniciativa é coordenada pelas professoras Dra. Magda Carneiro-Sampaio, e Dra. Ester Cerdeira Sabino, ambas com destacada atuação científica nas áreas de imunologia e genômica. O CIGEN atua como uma rede colaborativa de serviços médicos e multiprofissionais, de laboratórios clínicos e de investigação dentro da área de genética e genômica médicas, com o objetivo de aprimorar a assistência aos pacientes, desenvolver a pesquisa e formar recursos humanos.

O projeto foi viabilizado por meio da criação do Centro Nacional de Erros Inatos da Imunidade e Imunodesregulação (CNE3I), com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). O investimento total é de R$ 14,5 milhões, sendo o equipamento adquirido por US$ 985 mil.

A NovaSeq X representa o que há de mais avançado em rendimento, precisão e sustentabilidade no campo do sequenciamento genético. A nova tecnologia permitirá análises em larga escala com redução de até 60% no custo por gigabase (Gb) em relação aos modelos anteriores.

Além de ampliar significativamente a geração de dados genéticos para pesquisa, o equipamento trará impactos diretos no diagnóstico de doenças raras e imunológicas, com aplicação no atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A oferta do sequenciamento de exoma completo (um exame que analisa a parte do DNA responsável por produzir proteínas, em busca de alterações genéticas importantes) permitirá que os diagnósticos sejam feitos de maneira mais rápida, precisa e acessível para a população.

A plataforma estará disponível para uso compartilhado, inclusive por pesquisadores externos, mediante agendamento pelo e-mail: cigensequenciamento@gmail.com.

Estiveram presentes na inauguração da plataforma NovaSeq X a Profa. Dra. Magda Carneiro-Sampaio, coordenadora e idealizadora do CIGEN; a Profa. Dra. Leila Antonangelo, diretora da Divisão de Laboratório Central do Hospital das Clinicas da FMUSP; o Dr. Lucas Augusto Moysés Franco, coordenador do NMU CIGEN-Seq; e os pesquisadores e alunos vinculados ao projeto, ao NMU CIGEN-Seq, ao CIGEN e a DLC-HC: Dr. Bruno Marcarini, Dr. Guilherme Yamamoto, Dr. Leonardo Mendonça, Midiã Silva Ferreira, Dra. Fernanda Bernardi Bertonha, Juliene Borges, Dra. Juliana Silva e Cristiane Carmello.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

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Pesquisa inédita com coautoria da FMUSP pode transformar o tratamento da hipertensão pulmonar arterial

Estudo internacional apresenta resultados promissores de novo medicamento, reacende o debate sobre doenças raras e incorporação de tecnologias no SUS.

São Paulo, 25 de junho de 2025 – Um estudo clínico internacional de grande relevância científica, publicado no The New England Journal of Medicine, traz uma esperança concreta para pacientes com hipertensão arterial pulmonar (HAP), uma doença rara e grave que afeta os vasos sanguíneos dos pulmões. A pesquisa contou com a participação ativa do professor titular de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. Rogério de Souza, um dos principais especialistas da área no país.

O estudo testou um novo medicamento biológico, desenvolvido especialmente para agir nos vasos pulmonares, reduzindo sua espessura, facilitando a circulação sanguínea e aliviando a sobrecarga cardíaca provocada pela doença. O fármaco Sotatercept foi administrado em pacientes em estágios avançados da HAP. Os resultados foram tão positivos que o estudo foi interrompido na análise interina, por já ter demonstrado benefícios significativos em comparação ao grupo controle.

“É um marco para quem trabalha com doenças raras. Ficamos por mais de 20 anos tratando a hipertensão pulmonar com os mesmos medicamentos vasodilatadores. Agora, temos uma nova classe terapêutica que atua diretamente na causa do problema”, explica o Prof. Dr. Rogério de Souza, um dos autores do estudo.

A hipertensão arterial pulmonar é uma condição que acomete principalmente mulheres entre 40 e 50 anos de idade e, se não tratada, pode ter uma progressão que leva a uma sobrevida inferior à de muitos tipos de câncer. A doença provoca sintomas como fadiga extrema e falta de ar até mesmo em atividades simples, levando à perda de qualidade de vida e ao isolamento social.

A nova medicação já foi aprovada em outros países e obteve registro no Brasil no fim de 2024, embora ainda não esteja disponível no SUS. Para o Prof. Dr. Rogério de Souza, o próximo passo é ampliar o conhecimento sobre a doença e sensibilizar as autoridades de saúde quanto à importância de incorporar o tratamento no sistema público, ao menos para os pacientes mais graves.

“A alternativa para esses pacientes, muitas vezes, é o transplante de pulmão. Com esse medicamento, conseguimos retirar pessoas da fila do transplante e devolvê-las à vida ativa. É um ganho em quantidade e qualidade de vida — além de representar uma forma mais racional de utilizar os recursos públicos”, destaca o professor.

Reconhecida internacionalmente por sua excelência em pesquisa clínica, a FMUSP, por meio da atuação de seu professor titular, reforça como a inovação em saúde e o enfrentamento das doenças negligenciadas extrapolam os limites da medicina. “Sempre que surge uma nova tecnologia, jogamos luz sobre uma doença que antes era invisível. Isso é fundamental”, conclui o pesquisador.

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Demência em idosos hospitalizados passa despercebida em até 50% dos casos, aponta estudo da FMUSP

Nova ferramenta ajuda a revelar demência não diagnosticada em pessoas idosas à beira-leito

São Paulo, 3 de junho de 2025 – A demência é um dos principais desafios de saúde pública no mundo, afetando atualmente cerca de 57 milhões de pessoas, incluindo cerca de 2,5 milhões de brasileiros. Estimativas para 2050 indicam que esse número pode quase triplicar, ultrapassando os 150 milhões de casos em todo o mundo. Um novo estudo liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) alerta que, apesar de cada vez mais frequentes, condições associadas ao envelhecimento, como comprometimento cognitivo e demência, frequentemente passam despercebidas pelas equipes de saúde que atuam nos hospitais.

“Essa situação acontece porque a atenção dos profissionais que atuam no ambiente hospitalar se concentra na identificação e no tratamento da condição aguda que levou à internação, como pneumonia, infecção urinária ou descompensação cardíaca. No entanto, a demência influencia diretamente a resposta a medicamentos, aumenta o risco de delírium, prolonga a internação e dificulta a reabilitação”, explica o Dr. Márlon Aliberti, primeiro autor do estudo e professor colaborador da FMUSP.

O estudo, publicado na Journal of the American Geriatrics Society, revelou que cerca de dois terços dos pacientes hospitalizados com 65 anos ou mais apresentam algum grau de comprometimento cognitivo, como déficits de memória, e um terço tem diagnóstico de demência. “Essas alterações já estavam presentes antes do problema agudo que motivou a internação. No entanto, entre os casos de demência, aproximadamente metade nunca havia sido diagnosticada, permanecendo desconhecida tanto por médicos quanto por familiares até o momento da hospitalização”, esclarece Dr. Márlon Aliberti. 

Diante desse cenário, os pesquisadores propõem uma solução prática e viável mesmo em contextos com poucos recursos: realizar, ainda nos primeiros dias de internação, uma entrevista à beira do leito com um familiar ou cuidador próximo para avaliar como estava a memória e outras funções cognitivas do paciente antes do episódio agudo que motivou a hospitalização.

“Essa abordagem permite identificar alterações cognitivas pré-existentes, mesmo quando o paciente está desorientado, com dor ou incapaz de participar diretamente da avaliação. Não se trata de um diagnóstico definitivo, mas de uma triagem eficiente que pode identificar uma possível demência e ajudar no melhor planejamento do cuidado hospitalar. A identificação precoce de comprometimento cognitivo também permite orientar melhor os cuidados após a alta. Por exemplo, se a pessoa vive sozinha, os familiares podem ser preparados para oferecer mais suporte, o que pode, inclusive, evitar novas internações”, detalha a Dra. Claudia Suemoto, professora associada da FMUSP e responsável pela supervisão do estudo.

Ferramenta validada em hospitais brasileiros

O novo método foi testado em cinco hospitais de três capitais brasileiras (São Paulo, Belo Horizonte e Recife) e apresentou eficácia superior a 90%. Com os resultados positivos, a abordagem será expandida para toda a rede de instituições que compõem o grupo de estudo CHANGE (sigla em inglês para Creating a Hospital Assessment Network in Geriatrics), da FMUSP. Mais de 250 profissionais já foram treinados para aplicar essa ferramenta, em 43 hospitais públicos e privados de todas as regiões do Brasil e outros quatro países: Angola, Chile, Colômbia e Portugal.

O estudo foi realizado pelo Laboratório de Investigação Médica em Envelhecimento (LIM-66), sob supervisão da Profa. Dra. Claudia Suemoto em colaboração com a Profa. Dra. Monica Yassuda, docente do curso de Gerontologia da EACH-USP, e com a Dra. Regina Magaldi, da Divisão de Geriatria do HCFMUSP.

O artigo completo está disponível no Journal of the American Geriatrics Society: doi: 10.1111/jgs.19494.

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Faculdade de Medicina da USP lança nesta quinta (05/06) documentário sobre os impactos das desigualdades no envelhecimento

Filme retrata como classe social e identidade moldam diferentes formas de envelhecer

São Paulo, 3 de junho de 2025 - A pesquisa científica e a sétima arte se uniram para transformar reflexões sobre como as condições socioeconômicas influenciam o envelhecimento em um documentário. Produzido em parceria inédita entre a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e a Universidade de Newcastle (Reino Unido), “O Envelhecer de Cada Um” será lançado no dia 5 de junho, às 9h, no Teatro da FMUSP, durante o Encontro Brasil – Reino Unido de Envelhecimento Saudável e Desigualdades, e ficará disponível no canal da faculdade no YouTube.

Com 30 minutos de duração, o filme reúne depoimentos de 11 pessoas entre 64 e 98 anos, de diferentes origens sociais, incluindo moradores em situação de rua, residentes de periferias e representantes de grupos historicamente marginalizados, como mulheres, pessoas negras, LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência. O documentário aborda temas como cultura, saúde pública, envelhecimento, desigualdade e representatividade, propondo novas formas de comunicar ciência ao grande público.

“Além dos dados científicos tradicionais, a produção de um curta-metragem é algo fora da rotina dos pesquisadores. É uma iniciativa pioneira que amplia o alcance do debate científico na sociedade”, afirma o geriatra Dr. Marcel Hiratsuka, roteirista do filme e pesquisador da FMUSP.

O projeto foi coordenado pela Profa. Dra. Claudia Suemoto, diretora do Biobanco para Estudos em Envelhecimento e professora associada da disciplina de Geriatria da FMUSP, e contou com a produção da jornalista Lilian Liang. “Esse é um filme representativo, que nos leva a pensar sobre as muitas formas de envelhecer. O grande desafio foi condensar a riqueza de cada relato sem perder a essência do que cada pessoa tinha a dizer”, conclui o diretor do filme, o documentarista Gabriel Martinez.


Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Centro-Oeste tem bons índices de médicos, mas desigualdade entre capitais e interior ainda desafia o acesso à saúde, aponta estudo da Faculdade de Medicina da USP

Região apresenta densidade médica acima da média nacional, mas depende fortemente da concentração no Distrito Federal

São Paulo, 7 de maio de 2025 — A nova edição do estudo Demografia Médica no Brasil, lançada pela Faculdade de Medicina da USP no último dia 30 de abril, mostra que a Região Centro-Oeste possui um dos melhores indicadores de densidade médica do país: são 2,72 médicos por mil habitantes, acima da média nacional de 2,61. Esse desempenho é fortemente puxado pelo Distrito Federal, que lidera o ranking nacional com impressionantes 5,71 médicos por mil habitantes.

No entanto, o estudo evidencia um grande desequilíbrio interno. Estados como Mato Grosso e Goiás têm concentrações muito menores fora das capitais, e diversos municípios de pequeno e médio porte continuam enfrentando escassez de médicos, especialmente de especialistas.

 “O Centro-Oeste possui uma das maiores densidades médicas do país, mas enfrenta desigualdades internas que precisam ser abordadas para garantir acesso equitativo à saúde. A dificuldade de fixação de profissionais em regiões mais afastadas dos grandes centros continua sendo um dos principais entraves à ampliação do acesso à saúde”, analisa o Dr. Mário Scheffer, coordenador da Demografia Médica e professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

A expansão de cursos de Medicina foi marcante na última década: o número de escolas médicas praticamente dobrou na região, com destaque para os estados de Goiás e Mato Grosso. A maioria das novas vagas foi aberta por instituições privadas, muitas delas localizadas em centros urbanos de médio porte. Apesar do aumento na formação, os cursos públicos ainda têm capacidade limitada e há concentração de vagas em cidades que já possuem alguma infraestrutura assistencial consolidada.

O estudo também aponta que o Centro-Oeste concentra apenas 7,7% dos médicos residentes do país, um número abaixo da sua participação na população brasileira, o que indica uma baixa oferta de programas de residência médica na região. Isso afeta diretamente a formação de especialistas e contribui para o êxodo de recém-formados para regiões como Sudeste e Sul, em busca de qualificação.

Outro ponto de destaque é o baixo número de especialistas em áreas estratégicas no interior dos estados, como anestesiologia, radiologia e medicina intensiva. A ausência desses profissionais compromete a realização de cirurgias e procedimentos de média e alta complexidade pelo SUS, limitando o alcance da assistência especializada fora das capitais.

SOBRE O ESTUDO DEMOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL

A pesquisa Demografia Médica no Brasil é conduzida há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A edição de 2025 foi lançada no dia 30 de abril e é a primeira realizada com o Ministério da Saúde. Os dados utilizados têm como base registros da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) e das sociedades de especialidades vinculadas à AMB.

A DMB 2025 reúne 10 estudos desenvolvidos por um grupo de 22 pesquisadores e colaboradores da FMUSP. O trabalho é fruto de uma colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

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Crescimento no número de médicos não reduz desigualdade no Norte do Brasil, aponta estudo da Faculdade de Medicina da USP

Região mantém menor proporção de médicos por habitante do país e enfrenta dificuldade na fixação de profissionais em áreas remotas

São Paulo, 7 de maio de 2025 - A nova edição da Demografia Médica no Brasil, lançada pela Faculdade de Medicina da USP no dia 30 de abril, revela que, apesar do crescimento no número de médicos nos últimos anos, a Região Norte ainda enfrenta sérias desigualdades na distribuição de profissionais de saúde. Com 1,62 médico por mil habitantes, é a menor densidade médica entre todas as regiões do país — muito abaixo da média nacional de 2,61. Estados como Acre (1,27) e Amapá (1,37) têm os índices mais baixos, enquanto Amazonas e Pará concentram os maiores contingentes médicos, quase sempre nas capitais.

Capitais como Belém e Manaus concentram a maior parte dos profissionais, deixando comunidades ribeirinhas, áreas rurais e indígenas desassistidas. Além disso, a presença de especialistas em áreas fundamentais como geriatria, psiquiatria e anestesiologia é extremamente limitada fora dos grandes centros.

“A escassez de médicos no interior e em regiões de difícil acesso é um problema persistente, o que evidencia a necessidade de políticas públicas que incentivem a fixação de profissionais em áreas remotas e de difícil acesso”, destaca o Dr. Mário Scheffer, coordenador da Demografia Médica e Professor da Faculdade de Medicina da USP.

A formação médica na região teve expansão mais tímida do que em outras partes do país. O Norte reúne apenas cerca de 5% dos cursos de Medicina em funcionamento no Brasil, com predomínio de instituições privadas. Muitas dessas escolas foram implantadas recentemente, em municípios com infraestrutura hospitalar limitada. O resultado é uma formação que nem sempre garante vínculo com o território e que pouco contribui para a fixação local dos egressos.

A baixa oferta de programas de residência médica agrava o cenário: o Norte responde por apenas 3,6% dos médicos residentes no país, o que compromete a especialização e a continuidade da formação na própria região. Por isso, é comum que médicos formados no Norte migrem para o Sudeste ou Sul em busca de oportunidades de especialização, aumentando o êxodo regional.

Além das limitações estruturais, os dados revelam que o perfil dos estudantes e egressos da Medicina no Norte reflete desigualdades no acesso ao ensino superior: há menor presença de estudantes oriundos da rede pública e menor diversidade racial nos cursos privados, o que reforça a necessidade de políticas afirmativas e de fortalecimento da educação pública e da carreira médica no SUS.

SOBRE O ESTUDO DEMOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL

A pesquisa Demografia Médica no Brasil é conduzida há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A edição de 2025 foi lançada no dia 30 de abril e é a primeira realizada com o Ministério da Saúde. Os dados utilizados têm como base registros da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) e das sociedades de especialidades vinculadas à AMB.

A DMB 2025 reúne 10 estudos desenvolvidos por um grupo de 22 pesquisadores e colaboradores da FMUSP. O trabalho é fruto de uma colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Sudeste concentra quase metade dos médicos do Brasil, apronta estudo da Faculdade de Medicina da USP

Região lidera em número absoluto de profissionais, escolas e especializações, mas sofre com desigualdades internas

São Paulo, 7 de maio de 2025 - O Sudeste abriga 46,3% de todos os médicos do país, com densidade de 3,49 médicos por mil habitantes — a maior entre as grandes regiões do Brasil. Além de liderar em volume, também concentra o maior número de escolas médicas, programas de residência e vagas de especialização. A capital paulista, sozinha, possui mais médicos que muitos estados inteiros. Os dados fazem parte da Demografia Médica no Brasil 2025, divulgada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em 30 de abril.

“O Sudeste concentra quase metade dos médicos do Brasil, porém, apesar da robusta infraestrutura de formação e assistência, a região convive com grandes desigualdades entre capitais e interior. Municípios de médio e pequeno porte em estados como Minas Gerais e Espírito Santo continuam enfrentando escassez de especialistas e dificuldade para fixar médicos, mesmo com a formação local crescendo. A disparidade no acesso à assistência especializada é um dos maiores desafios enfrentados por gestores públicos na região”, alerta o Prof. Dr. Mário Scheffer, coordenador do estudo.

A região também lidera a abertura de novas vagas em Medicina no país: foram mais de 12 mil entre 2014 e 2024, o que corresponde a 43% do total nacional no período. Esse crescimento foi fortemente impulsionado por instituições privadas, com destaque para os estados de São Paulo e Minas Gerais. Apesar de contribuir para a ampliação da força de trabalho médica, o aumento acelerado levanta preocupações quanto à saturação de cursos em determinadas localidades e à qualidade da formação oferecida, principalmente em escolas sem vínculo direto com a rede pública de saúde.

O Sudeste também concentra 54,3% de todos os médicos residentes do país, e abriga 9 das 10 instituições com maior número de residentes, incluindo centros de excelência como HCFMUSP, UNIFESP e USP Ribeirão Preto. Essa concentração favorece a formação de especialistas na região, mas reforça o desequilíbrio na distribuição da qualificação médica em âmbito nacional.

Além disso, os estados se destacam na formação de médicos com múltiplas especialidades: mais de 30% dos especialistas da região possuem título em mais de uma área, o que amplia sua atuação, mas também aumenta a concentração de conhecimento e competências em áreas urbanas mais desenvolvidas.

SOBRE O ESTUDO DEMOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL

A pesquisa Demografia Médica no Brasil é conduzida há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A edição de 2025 foi lançada no dia 30 de abril e é a primeira realizada com o Ministério da Saúde. Os dados utilizados têm como base registros da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) e das sociedades de especialidades vinculadas à AMB.

A DMB 2025 reúne 10 estudos desenvolvidos por um grupo de 22 pesquisadores e colaboradores da FMUSP. O trabalho é fruto de uma colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Nordeste amplia número de médicos, mas interiorização ainda é desafio, aponta estudo da Medicina USP

Região lidera expansão de escolas médicas no interior, mas concentração de profissionais nas capitais persiste

São Paulo, 7 de maio de 2025 - O Nordeste brasileiro tem registrado avanços significativos na formação médica nos últimos anos. Com 2,02 médicos por mil habitantes, a região mostra crescimento consistente no número de profissionais em atividade. Dados da nova edição da Demografia Médica no Brasil, lançada pela Faculdade de Medicina da USP no dia 30 de abril, mostram que, mesmo com o aumento no número de vagas para novos estudantes, a distribuição desigual ainda é uma realidade marcante: mais de 70% dos médicos nordestinos estão concentrados nas capitais, como Salvador, Recife e Fortaleza, deixando muitas cidades de médio e pequeno porte com baixa cobertura médica.

Entre 2014 e 2024, o Nordeste liderou em número de novos cursos de Medicina, com mais de 90 escolas abertas, sendo a maioria em municípios do interior. Essa interiorização da formação, no entanto, ainda não se refletiu na permanência dos médicos formados nessas localidades.

“A maioria das novas vagas foi criada por instituições privadas, o que levanta preocupações sobre a infraestrutura e a qualidade da formação, especialmente nos cursos sem hospitais próprios ou estrutura de residência médica associada”, afirma o Dr. Mário Scheffer, coordenador da Demografia Médica no Brasil 2025 e professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

A região também enfrenta um déficit de especialistas. Estados como Piauí e Maranhão têm algumas das menores proporções de médicos especialistas do país (45,1% e 46,5%, respectivamente), o que limita o acesso a atendimentos mais complexos pelo SUS. Além disso, o percentual de médicos residentes no Nordeste corresponde a apenas 17,7% do total nacional, reforçando a necessidade de ampliar e descentralizar os programas de residência médica.

Por outro lado, os cursos públicos da região se destacam por abrigarem estudantes com maior diversidade social e racial. Segundo o estudo, 44,4% dos estudantes das escolas públicas de Medicina no país se autodeclaram negros (pretos e pardos) e 51,3% cursaram o ensino médio em escolas públicas, sinalizando um maior compromisso com inclusão social e com o sistema público de saúde.

SOBRE O ESTUDO DEMOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL

A pesquisa Demografia Médica no Brasil é conduzida há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A edição de 2025 foi lançada no dia 30 de abril e é a primeira realizada com o Ministério da Saúde. Os dados utilizados têm como base registros da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) e das sociedades de especialidades vinculadas à AMB.

A DMB 2025 reúne 10 estudos desenvolvidos por um grupo de 22 pesquisadores e colaboradores da FMUSP. O trabalho é fruto de uma colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Sul apresenta equilíbrio entre capital e interior na distribuição de médicos, aponta estudo da Faculdade de Medicina da USP

Região se destaca pelo acesso descentralizado, maior qualificação da força de trabalho e expansão planejada da formação médica

São Paulo, 7 de maio de 2025 - Com 2,85 médicos por mil habitantes, a Região Sul apresenta um dos melhores indicadores de densidade médica do país, superando a média nacional (2,61). Dados do levantamento Demografia Médica no Brasil 2025, lançado pela Faculdade de Medicina da USP em 30 de abril, evidenciam que o Sul tem conseguido manter distribuição mais equilibrada entre capitais e cidades do interior.

Além da divisão profissional mais justa, a região conta com uma das maiores proporções de médicos especialistas do Brasil — no Rio Grande do Sul, por exemplo, 67,9% dos médicos têm título de especialista, índice próximo ao de estados líderes como São Paulo e Distrito Federal. Essa qualificação impacta positivamente a oferta de serviços de média e alta complexidade, inclusive fora das capitais.

“A Região Sul se destaca pelo equilíbrio na distribuição de médicos entre capitais e interior, servindo como exemplo de como políticas regionais podem promover uma assistência mais equitativa”, destaca o Dr. Mário Scheffer, coordenador da Demografia Médica e professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

A presença de universidades públicas consolidadas e instituições comunitárias de qualidade fortalece a formação médica na região. Entre 2014 e 2024, foram abertas aproximadamente 5.600 novas vagas em cursos de Medicina nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul — um crescimento moderado, mas orientado por critérios técnicos e pela infraestrutura de saúde local. Isso evitou a sobreposição de escolas em regiões já saturadas e permitiu melhor integração entre ensino, serviço e residência médica.

O Sul também se destaca pelo perfil de sua força de trabalho: cresce a presença de mulheres na profissão, com forte atuação em áreas como pediatria e dermatologia. Além disso, a região mantém índices acima da média nacional em dedicação docente integral e titulação de professores, contribuindo para a permanência de egressos na própria região e para o fortalecimento do SUS local.

SOBRE O ESTUDO DEMOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL

A pesquisa Demografia Médica no Brasil é conduzida há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). A edição de 2025 foi lançada no dia 30 de abril e é a primeira realizada com o Ministério da Saúde. Os dados utilizados têm como base registros da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) e das sociedades de especialidades vinculadas à AMB.

A DMB 2025 reúne 10 estudos desenvolvidos por um grupo de 22 pesquisadores e colaboradores da FMUSP. O trabalho é fruto de uma colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Ministério da Saúde, FMUSP e AMB lançam a Demografia Médica no Brasil 2025

Estudo inédito evidencia maior concentração de médicos especialistas na rede privada de saúde e distribuição desigual no país


São Paulo, 30 de abril de 2025 — O Ministério da Saúde, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Associação Médica Brasileira (AMB) anunciam o lançamento do estudo Demografia Médica no Brasil 2025 (DMB), o mais completo levantamento já realizado sobre a oferta, a formação, a especialização e o exercício profissional dos médicos no país.

“O objetivo da Demografia Médica é fornecer uma base empírica compartilhada para o debate sobre os diversos desafios enfrentados pela medicina e pelo sistema de saúde. Queremos produzir e divulgar evidências que possam apoiar a formulação e execução de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do SUS”, explica o coordenador do estudo, docente do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Mário Scheffer.

FORMAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS ESPECIALISTAS

Em dezembro de 2024, o Brasil contava com 353.287 médicos especialistas, o que representa 59,1% do total de médicos registrados. Os demais 244.141 (40,9%) eram generalistas, graduados em medicina, mas sem título de especialista.  Entre as 55 especialidades regulamentadas no Brasil, sete delas concentram 50,6% do total de especialistas: Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia, Cardiologia e Ortopedia e Traumatologia.

No Brasil, a parcela de especialistas (59,1%) em relação ao total de médicos está pouco abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 62,9%. O estudo revela que 63,7% dos títulos em especialidades foram obtidos por meio da Residência Médica, enquanto 36,3% foram concedidos por exames de titulação pelas sociedades médicas vinculadas à Associação Médica Brasileira (AMB). Entre os médicos especialistas, a maioria (79,1%) possui um título, enquanto 20,9% acumulam dois ou mais títulos em diferentes especialidades.

Apesar do crescimento, a distribuição dos especialistas no território nacional é desigual. O percentual de especialistas em relação ao total de médicos varia de 72,2% no Distrito Federal e 67,9% no Rio Grande do Sul a 46,5% em Rondônia e 45,1% no Piauí.  A região Sudeste concentra 55,4% de todos os médicos especialistas, seguida pelas regiões Sul (16,7%), Nordeste (14,5%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (5,9%).

DISTRIBUIÇÃO DE CIRURGIAS E CIRURGIÕES

Pacientes com plano de saúde são submetidos, proporcionalmente, a mais cirurgias que os atendidos exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O levantamento analisou os três procedimentos mais realizados no Brasil: remoção do apêndice, retirada da vesícula biliar e correções de hérnias da parede abdominal.

Na apendicectomia, cirurgia de urgência mais comum no país, a taxa entre beneficiários de planos de saúde foi de 100 por 100 mil habitantes - 34,4% superior à verificada no SUS (74,45 por 100 mil). Considerando o volume, o sistema público respondeu por 70% do total de procedimentos em 2023. Para a colecistectomia, o setor privado apresentou uma taxa 58,7% maior que a do SUS: 312,38 contra 196,81 cirurgias por 100 mil habitantes. Ainda assim, o SUS foi responsável por 66% das intervenções. A maior disparidade foi registrada nas cirurgias de hérnias da parede abdominal: 401,41 procedimentos por 100 mil habitantes na rede privada - número 86,6% superior ao do SUS (215,07 por 100 mil).

O estudo também mostra que 72% dos cirurgiões atuam nos dois setores — público e privado. Outros 20% trabalham exclusivamente no setor privado, e 8% atuam apenas no SUS. Os dados reforçam a necessidade de ampliar o acesso às cirurgias pelo SUS e apontam uma forte concentração de especialistas na rede privada de saúde, muitas vezes em instituições que não prestam atendimento ao SUS.

“Os resultados da demografia médica são fundamentais para orientar estratégias de avanço na área da saúde e a ideia é aproveitar a capacidade instalada — muitas vezes ociosa — dos hospitais e ambulatórios privados”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacando que o governo está redesenhando parcerias com o setor privado para ampliar a oferta de serviços e reduzir as filas. “Uma das coisas que está clara para nós é que, em razão da forma como se distribui a estrutura de atendimento e a concentração dos profissionais, não é possível avançar na oferta do atendimento especializado sem buscar parcerias com o setor privado”, defendeu.

MULHERES SÃO MAIORIA NA MEDICINA NO BRASIL

Pela primeira vez, as mulheres se tornarão maioria entre os médicos no Brasil. Já em 2025, irão representar 50,9% do total de profissionais. Esse aumento é expressivo em comparação com 2010, quando elas correspondiam a 41% da população médica. As projeções indicam que, até 2035, as mulheres serão 56% do total de médicos no país.

No ensino de Medicina, a presença feminina também tem crescido. Em 2010, as mulheres representavam 53,7% dos matriculados nos cursos de graduação, número que subiu para 61,8% em 2023. Entretanto, elas predominam em apenas 20 das 55 especialidades médicas - a Dermatologia lidera o ranking, com 80,6% das mulheres.

ATLAS DA DEMOGRAFIA MÉDICA

Pela primeira vez, a publicação DMB 2025 apresenta estudos sobre a oferta de cirurgiões e a produção de cirurgias no Brasil, além de um panorama atualizado sobre a Residência Médica e a graduação em Medicina. O documento traz, ainda, análises sobre renda e vínculos empregatícios dos médicos no país.

Entre os destaques, está o Atlas da Demografia Médica, que compila dados atualizados sobre médicos nas 27 unidades da Federação e nas 55 especialidades reconhecidas. "Avaliamos a demografia como um estudo abrangente e de inestimável importância para a compreensão do complexo cenário da medicina nacional. Torna-se premente a análise criteriosa da distribuição e formação dos médicos, sejam eles especialistas ou generalistas, para a preservação da qualidade da assistência à saúde prestada à população e para o embasamento de políticas públicas eficazes no setor", afirma o presidente da AMB, César Eduardo Fernandes.

SOBRE O ESTUDO DEMOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL

A pesquisa Demografia Médica no Brasil é conduzida há 15 anos pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). A edição de 2025 é a primeira realizada com o Ministério da Saúde. A pesquisa reúne dados nacionais e internacionais sobre formação, distribuição e atuação de médicos, com projeções para os próximos anos. Os dados utilizados têm como base registros da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) e das sociedades de especialidades vinculadas à AMB.

A DMB 2025 reúne 10 estudos desenvolvidos por um grupo de 22 pesquisadores e colaboradores da FMUSP. O trabalho é fruto de uma colaboração técnica e científica entre a Universidade de São Paulo, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Ministério da Educação (MEC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Estudo da FMUSP revela: mais de metade das vítimas de mortes violentas no Brasil havia consumido ao menos uma substância psicoativa

Iniciativa visa à criação de políticas públicas que reduzam a mortalidade associada ao uso dessas drogas

São Paulo, 26 de março de 2025 - A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) anuncia os resultados do Projeto Tânatos. Conduzido pelo Grupo de Estudos em Álcool, Drogas e Violência da Faculdade, o levantamento inédito foi realizado a partir da análise de mais de quatro mil amostras de sangue post-mortem coletadas entre 2022 e 2024. Os resultados revelaram que mais da metade das vítimas havia consumido ao menos uma substância, como cocaína (26,7%), álcool (26,2%), benzodiazepínicos (7,2%) e cannabis (1,9%).

O estudo foi liderado pelos professores Dra. Vilma Leyton, do Departamento de Medicina Legal, Bioética, Medicina do Trabalho e Medicina Física e Reabilitação e Dr. Heráclito Barbosa de Carvalho, do Departamento de Medicina Preventiva. Realizado nas cinco regiões do Brasil, as amostras foram coletadas em colaboração de Institutos Médicos Legais de Belém (PA), Recife (PE), Vitória (ES) e Curitiba (PR). Todas as vítimas tinham mais de 18 anos e as necropsias foram feitas em até 12 horas após o óbito.

DESTAQUES:

  • A maioria significativa das vítimas (86%) eram homens com idade média de 33 anos;
  • 72% das vítimas eram pardas;
  • A maior parte dos óbitos ocorreu à noite (51,6%) e aos finais de semana (36,3%);
  • O consumo de cocaína aumenta três vezes o risco de morte por homicídio;
  • A ingestão de álcool dobra a probabilidade de mortes em acidentes de trânsito;
  • Usuários de benzodiazepínicos apresentaram quatro vezes mais riscos de suicídio;
  • Os dados sobre as vítimas que consumiram cocaína também englobam o crack;
  • A Região Sul registrou a maior prevalência de consumo de substâncias psicoativas (62,9%), enquanto o Nordeste teve a menor (46,7%).

“A expectativa é que os resultados do Projeto Tânatos contribuam para a formulação de políticas públicas e iniciativas, que levem em consideração as especificidades sociais e culturais de cada região, com o objetivo de minimizar os impactos sociais, econômicos e sanitários associados à morbimortalidade decorrente do consumo de substâncias psicoativas”, destaca o Dr. Henrique Silva Bombana, pesquisador da FMUSP responsável pelo Projeto.

O estudo foi desenvolvido por meio de um convênio com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD/MJSP).

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Faculdade de Medicina da USP abre inscrições para cursos de especialização em 2025

As pós-graduações possuem carga horária entre 400 e 800 horas e titulação lato sensu.

São Paulo, 11 de março de 2025 – A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), referência nacional e internacional em ensino e pesquisa na área da saúde, está com inscrições abertas para seis cursos de especialização lato sensu em 2025. As oportunidades abrangem múltiplas áreas do conhecimento médico e são oferecidas nas modalidades presencial e a distância (EAD), atendendo às necessidades de profissionais que buscam aprimoramento e atualização em suas carreiras.

Para os interessados na formação presencial, há vagas disponíveis para as especializações em Educação na Saúde e em Saúde Mental nas Empresas. Essas formações permitem aprendizado prático e contato direto com especialistas da FMUSP, proporcionando uma experiência imersiva no ambiente acadêmico e hospitalar da instituição.

Já na modalidade EAD, são oferecidos os cursos de Cardiologia, Cardiometabolismo, Cirurgia Torácica Oncológica e Medicina do Sono, todos coordenados por professores vinculados ao InCor HCFMUSP. Com um formato flexível, as pós-graduações garantem acesso ao conteúdo de excelência da Faculdade sem a necessidade de deslocamento, permitindo que os médicos conciliem os estudos com suas atividades profissionais.

As inscrições já estão abertas e os interessados devem acessar o site da FMUSP  (clique aqui) para obter informações detalhadas, incluindo pré-requisitos, investimento e processo seletivo. 

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Calouros da Medicina USP têm primeiro contato com pacientes internados no Complexo HC

Atividade será realizada no Instituto da Criança (ICr), Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) e no Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) 

São Paulo, 26 de fevereiro de 2025 – No dia 27 de fevereiro (quinta-feira), às 13h, os calouros dos cursos de Medicina, Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) participarão da atividade "Primeira Lição: Aprender com o Paciente", um dos momentos mais marcantes da Semana de Recepção dos Calouros. 

A iniciativa, realizada anualmente, proporciona aos estudantes seu primeiro contato com pacientes internados nos institutos do Complexo do Hospital das Clínicas (HC). Durante a ação, os calouros fazem uma pergunta essencial aos pacientes: "O que é ser um bom profissional da saúde?".

“O objetivo é estimular, desde o início da graduação, uma reflexão profunda sobre a humanização do cuidado, promovendo valores como empatia, respeito e escuta ativa, fundamentais na formação dos futuros profissionais da área da saúde”, explica a Profa. Dra. Izabel Cristina Rios, gerente de Estratégias do Centro de Humanização da FMUSP.

A "Primeira Lição" se destaca como um contraponto à cultura dos trotes universitários, promovendo uma recepção baseada no acolhimento, na ética e na valorização do cuidado. “A Semana de Recepção dos Calouros 2025 não apenas apresenta a estrutura e os valores da FMUSP, mas também cria um ambiente de pertencimento, preparando os novos alunos para os desafios e aprendizados ao longo da graduação”, reforça a Profa. Dra. Iolanda Tibério, presidente da Comissão de Graduação da FMUSP.

Programação
A Semana de Recepção dos Calouros da FMUSP segue até sexta-feira (28/02), com uma programação que inclui palestras, visitas monitoradas, atividades esportivas e culturais, proporcionando aos ingressantes uma imersão na vida universitária e no compromisso com a excelência no atendimento à saúde.  

SERVIÇO
Semana de Recepção dos Calouros FMUSP – Primeira Lição
Data: 27/02 (quinta)
Hora: 13h às 15h

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Comer ultraprocessados aumenta em 58% o risco de depressão persistente, aponta estudo da Faculdade de Medicina da USP

Pesquisa analisou dados de mais de 14 mil pessoas de seis capitais brasileiras


São Paulo, 20 de fevereiro de 2025 - A depressão é a principal causa de incapacidade no mundo, afetando mais de 300 milhões de pessoas ao longo da vida, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante desse cenário, um estudo conduzido por pesquisadoras da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revelou que o consumo elevado de alimentos ultraprocessados pode aumentar em até 58% o risco de desenvolver depressão persistente, caracterizada por episódios recorrentes ou contínuos por anos.

A pesquisa, publicada no Journal of Academy of Nutrition and Dietetics, foi realizada a partir de dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), um levantamento multicêntrico que acompanha a saúde de servidores públicos de Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória desde 2008.

Os participantes foram divididos em grupos com base na porcentagem de calorias diárias provenientes de alimentos ultraprocessados. Um grupo consumia entre 0% e 19%, enquanto o outro variava entre 34% e 72%.

“Aqueles que consumiam mais ultraprocessados no início do estudo apresentaram um risco 30% maior de desenvolver o primeiro episódio de depressão ao longo dos oito anos seguintes à primeira análise”, explica a Dra. Naomi Vidal Ferreira, pós-doutoranda da FMUSP e autora principal da pesquisa.

Causa e efeito

De acordo com o estudo, uma das razões pelas quais esses alimentos impactam tanto a saúde mental é a ausência de nutrientes essenciais. “Se uma pessoa consome mais de 70% de sua energia diária proveniente de produtos ultraprocessados, ela acaba deixando de ingerir alimentos ricos em fibras, antioxidantes e vitaminas, que são fundamentais para o funcionamento do cérebro. Além disso, a presença de aditivos artificiais e gorduras saturadas pode desencadear processos inflamatórios, um fator associado ao desenvolvimento da depressão”, alerta a pesquisadora.

Como reduzir os riscos

A boa notícia é que pequenas mudanças na alimentação podem resultar em um impacto significativo. Uma simulação mostrou que substituir apenas 5% do consumo calórico diário de ultraprocessados por alimentos minimamente processados já pode reduzir o risco de depressão em 6%. E ao diminuir 20% desses produtos, optando por alimentos naturais, é possível reduzir para 22% a probabilidade.

“Os resultados encontrados reforçam a importância de adotar uma alimentação mais equilibrada e rica em nutrientes, não apenas para a saúde física, mas também como forma de prevenir transtornos mentais”, destaca a Dra. Naomi Vidal.

O trabalho foi realizado sob supervisão da Profa. Dra. Claudia Suemoto, docente da disciplina de Geriatria e diretora do Biobanco para Estudos em Envelhecimento da FMUSP.

O estudo completo pode ser acessado AQUI.

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Estudo FMUSP alerta: cerca de um em cada três transtornos psiquiátricos em adolescentes brasileiros pode ter origem na infância

Mais de 80% dos jovens acompanhados vivenciaram ao menos um evento traumático até os 18 anos


São Paulo, 4 de fevereiro de 2025 - m estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com a Universidade de Bath, no Reino Unido, revelou uma forte ligação entre traumas na infância e o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos na adolescência. Publicada na revista The Lancet Global Health, a pesquisa analisou dados de mais de 4 mil jovens brasileiros e identificou que mais de 80% deles vivenciaram ao menos um evento traumático até os 18 anos.

Os resultados indicam que o risco de desenvolver transtornos mentais, como ansiedade, depressão e transtornos de conduta, aumenta conforme a exposição a diferentes tipos de traumas. Estima-se que 30,6% dos diagnósticos aos 18 anos estejam relacionados a experiências traumáticas na infância. Entre os eventos analisados estão acidentes graves, desastres naturais, violência doméstica, abuso físico e sexual, e a perda de um dos pais.

O trabalho foi conduzido pela Profa. Dra. Alicia Matijasevich, da Faculdade de Medicina da USP, e pela Profa. Dra. Sarah Halligan, da Universidade de Bath, com a colaboração da estudante de doutorado Megan Bailey, primeira autora do estudo, e contou ainda com a participação de pesquisadores brasileiros e britânicos.

“Os traumas na infância e adolescência têm um impacto significativo na saúde mental. Nossos achados ressaltam a importância de estratégias de prevenção e intervenção precoce para mitigar os efeitos desses eventos ao longo da vida adulta”, afirmou a Dra. Alicia Matijasevich, professora associada do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP e coautora do artigo.

A pesquisa também destaca que, embora existam estudos sobre o impacto de traumas infantis em países de alta renda, há uma escassez de evidências em países de baixa e média renda, onde a prevalência de adversidades na infância é maior e os serviços de saúde mental são mais limitados.

“A exposição à violência e outros eventos adversos é um fator de risco crucial para o desenvolvimento de transtornos mentais. Isso reforça a urgência de investir em políticas públicas voltadas à prevenção e ao apoio psicológico para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade”, enfatizou Megan Bailey.

A pesquisa analisou a base de dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004, um estudo que acompanha um grande grupo de pessoas e avalia os efeitos dos fatores de risco sobre a saúde. Realizada no município de Pelotas, no Rio Grande do Sul, foi financiada por instituições brasileiras e internacionais, como o CNPq, a FAPESP, a UK Research and Innovation (UKRI) e a Universidade de Bath.

O estudo completo pode ser acessado AQUI

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

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Estudo da FMUSP revela benefícios dos fitoterápicos para a saúde de pessoas com sobrepeso e obesidade

Participantes apresentaram redução na circunferência abdominal, melhora na composição da microbiota intestinal e na qualidade do sono

São Paulo, 30 de janeiro de 2025 - Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) conduziram um estudo pioneiro que revelou os benefícios de plantas medicinais na melhora da saúde metabólica e na qualidade de vida de pessoas com sobrepeso ou obesidade. Publicado na revista Scientific Reports, o trabalho destaca o potencial dos fitoterápicos na remodelação da microbiota intestinal e na redução de marcadores inflamatórios, fatores críticos para o manejo da obesidade e suas complicações.

A pesquisa investigou os efeitos de duas formulações nutracêuticas, termo utilizado para designar extratos de alimentos altamente nutritivos que atuam de forma biologicamente ativa e auxiliam o corpo em processos metabólicos. As formulações continham prebióticos (frutooligossacarídeos, galactooligossacarídeos, β-glucanas de levedura), minerais (magnésio, selênio e zinco) e silimarina, um metabólito da planta medicinal Silybum marianum L. Gaertn (Asteraceae).

As avaliações realizadas nos participantes, antes e após 180 dias de suplementação, abrangeram a análise da microbiota intestinal, dos níveis de citocinas, dos parâmetros antropométricos, da qualidade de vida, do humor e do sono, além de indicadores metabólicos e hormonais.

“Os resultados indicaram que as formulações promoveram alteração positiva na composição da microbiota intestinal, favorecendo o crescimento de bactérias benéficas, especialmente a versão enriquecida com silimarina”, explicou a Dra. Ana Flávia Marçal Pessoa, pesquisadora da Faculdade responsável pelo Laboratório de Plantas Medicinais, Nanocarreadores e Nutrição (La Pla.n.nta).

DESTAQUES:

  • Redução no Índice de Massa Corporal (IMC) e circunferência abdominal;
  • Melhoria na qualidade de vida, com destaque para padrões de sono mais regulares;
  • Redução significativa na expressão de citocinas inflamatórias, que mostra um efeito anti-inflamatório das suplementações;
  • Redução do marcador AST/ALT, associado à lesão hepática, característica da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), que pode acometer pessoas com sobrepeso e obesidade;
  • Diminuição dos níveis de cortisol sérico, popularmente chamado de “hormônio do estresse”;
  • Modulação de bactérias importantes na manutenção da saúde intestinal, como a Eubacterium biforme e a Alistipes onderdonkii, que podem diminuir a inflamação associada à obesidade.

“É fundamental avaliar a indicação de suplementação de forma individualizada, seja para uma pessoa com diabetes, obesidade, hipotireoidismo, distúrbios do sono ou ansiedade. Embora os resultados sejam promissores, é importante ressaltar que a suplementação deve ser acompanhada por uma mudança no estilo de vida. Quando realizada sem orientação ou de forma inadequada, ela pode prejudicar o organismo, causando até mesmo o desequilíbrio da microbiota”, reforçou a pesquisadora.

O estudo foi realizado em parceria com o Prof. Dr. José Pinhata Otoch, Titular do Departamento de Cirurgia da FMUSP, coordenador da equipe do Laboratório de Produtos e Derivados Naturais.

Para conferir o conteúdo completo, acesse o AQUI

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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FMUSP realiza primeiro sequenciamento genético de pessoas com anemia falciforme no Brasil

A doença afeta quase todos os órgãos do corpo e os sintomas podem surgir já no primeiro ano de vida


São Paulo, 22 de janeiro de 2025 - Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), liderados pela Profa. Dra. Ester Sabino, alcançaram um marco científico inédito no país: o sequenciamento genético de três mil pacientes com anemia falciforme. Esse estudo representa um avanço significativo no tratamento da condição, que afeta principalmente a população negra.

A anemia falciforme é uma doença hereditária que deforma os glóbulos vermelhos, comprometendo a circulação sanguínea e provocando dores intensas e complicações graves. Apesar de ser uma das condições genéticas mais comuns no Brasil, é ainda cercada por preconceitos e desinformação. "Os médicos ainda têm pouco conhecimento sobre a doença, que é repleta de estigmas por afetar majoritariamente pessoas negras e pode levar à morte", explica a Profa. Dra. Ester Sabino, que se dedica a essa pesquisa há mais de uma década.

O estudo faz parte do Projeto Dandara, desenvolvido em parceria com o programa de Estudo de Epidemiologia de Doadores de Retrovírus (REDS III, da sigla em inglês, Retrovirus Epidemiology Donor Study) e com a Fundação Pró-Sangue, hemocentro de São Paulo. Outros quatro hemocentros do país também participam da pesquisa sobre o genoma completo: Hemope (PE), Hemominas (MG), Hemorio (RJ) e Hemoam (AM).

A iniciativa busca possibilitar transfusões de sangue mais seguras por meio da genotipagem tanto de pacientes quanto de doadores, reduzindo reações adversas e promovendo maior compatibilidade. Um dos desdobramentos desse esforço é a emissão do Cartão Fenotcard, um documento emitido pela Fundação Pró-Sangue que reúne informações genéticas detalhadas dos pacientes para orientar futuras transfusões.

“O Projeto Dandara estabelece a conexão entre o REDS III e as pessoas com anemia falciforme, que recebem o Cartão Fenotcard. Esse documento contém informações sobre a constituição genética dos pacientes”, detalhou o diretor-presidente da Fundação Pró-Sangue, Prof. Dr. Vanderson Rocha.

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2014 e 2020, a média anual de novos casos de crianças diagnosticadas com anemia falciforme no teste do pezinho foi de 1.087, o que representa uma incidência de 3,75 casos a cada 10 mil nascidos vivos. Estima-se que existam entre 60 mil e 100 mil pessoas com doença falciforme no Brasil.

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A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Faculdade de Medicina da USP celebra a formatura da primeira turma beneficiada pelas políticas afirmativas

Atualmente, 50% das vagas da instituição são destinadas às cotas

São Paulo, 11 de dezembro de 2024 - Em uma comemoração histórica, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) realizou a colação de grau da turma 107, a primeira a contar com vagas reservadas para pretos, pardos e indígenas. Os estudantes, que ingressaram na FMUSP em 2019, representam um marco significativo na evolução das políticas afirmativas da instituição.

Em 2019, dos 175 ingressantes, 40% foram admitidos por meio de políticas afirmativas nos processos seletivos da Fuvest e do Enem. Atualmente, 50% das vagas da FMUSP são destinadas a cotas, sendo que 36% desse total são reservadas para candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas.

Larissa Alexandre é uma das novas médicas formadas pela Faculdade. Natural do Itaim Paulista, na periferia da Zona Leste de São Paulo, ela estudou a vida inteira em escolas estaduais da região e ingressou na faculdade após cinco anos de cursinho. “A transformação visual que a política afirmativa trouxe à Faculdade foi notória. Antes, no máximo, se formavam cinco alunos pretos ou pardos, mas este ano o número foi muito mais expressivo. É um processo que eu vi evoluir não só na Faculdade de Medicina, mas também em todo o complexo HCFMUSP”, destacou Larissa.

Uma das escolas médicas mais tradicionais do Brasil, a FMUSP também se dedica a abordar as questões enfrentadas pela população negra, tanto na graduação quanto na residência. A instituição oferece disciplinas que analisam casos em que o racismo impactou o acesso ao tratamento médico, promove rodas de conversa sobre letramento racial e disponibiliza a disciplina optativa "Formação do Profissional de Saúde no Combate ao Racismo", aberta à comunidade USP da área da saúde.

"Promover a diversidade na Faculdade é um aprendizado contínuo e uma oportunidade única de transformar o futuro da medicina no Brasil. Estamos formando médicos com uma visão mais sensível às necessidades da sociedade e comprometidos em oferecer um atendimento cada vez mais humanizado e equitativo", destaca a Profa. Dra. Eloisa Bonfá, diretora da Faculdade.

No âmbito discente, foi criado em 2018 o Núcleo Ayé, um coletivo de alunos negros com o objetivo de recepcionar e apoiar novos alunos cotistas. O coletivo tem desempenhado um papel fundamental na integração e no suporte dos estudantes que ingressaram na FMUSP a partir de 2019.

“Ver os cotistas negros da Faculdade de Medicina da USP se formando é uma imensa alegria. Além de realizarem o sonho de se tornarem médicos, eles ocupam a linha de frente na luta por justiça social e reparação histórica em um país que ainda perpetua o racismo de forma sistêmica. Estar na academia vai além de obter um diploma profissional; é reivindicar um direito civil e dar continuidade a um legado de emancipação. Como coletivo, o Núcleo Ayé estará sempre ao lado, celebrando as conquistas e assegurando que os direitos conquistados não retrocedam”, afirma Glaucia Verena, fundadora do Núcleo Ayé Coletivo Negro e doutoranda da FMUSP. 

Dra. Larissa AlexandreFormanda da Turma 107 da Medicina da USP. 

Turma 107Em 2019, 40% dos ingressantes foram admitidos por meio de políticas afirmativas.

Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Bandeira Científica da Faculdade de Medicina da USP leva atendimento de saúde ao Vale do Ribeira

A ação voluntária é realizada em parceria com as prefeituras de Iguape e Ilha Comprida e a farmacêutica Sanofi.

 São Paulo, 10 de dezembro de 2024: Estudantes, profissionais de saúde e professores universitários se unirão em uma grande ação voluntária em benefício das famílias do Vale do Ribeira. A Bandeira Científica, tradicional projeto da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), realizará sua expedição anual entre os dias 9 e 22 de dezembro. Durante esse período, serão oferecidos gratuitamente atendimentos médicos e odontológicos, ações de prevenção em saúde e atividades de pesquisa em comunidades vulneráveis dos municípios do litoral sul do estado.

Com mais de 170 integrantes, o grupo transformará escolas de Iguape e Ilha Comprida em postos de saúde adaptados e atuará em áreas remotas, rurais e indígenas, por meio de postos móveis. Durante os 15 dias de atividades, a expectativa é realizar mais de 4 mil atendimentos médicos em 15 especialidades, como pediatria, ginecologia, infectologia e dermatologia, entre outras. Além disso, mais de duas mil crianças da rede pública de ensino receberão cuidados odontológicos.  Serão oferecidos também exames como ultrassonografias, eletrocardiogramas e endoscopias. A programação inclui ainda ações de imunização, atividades de educação para saúde e distribuição de medicamentos essenciais.

“O Vale do Ribeira, embora esteja próximo da capital, é a região mais vulnerável do estado, o que resulta em dificuldades no acesso da população aos serviços de saúde. Nosso objetivo é garantir que essas comunidades recebam atendimento médico e odontológico de qualidade, além de promover a conscientização sobre a importância dos cuidados preventivos”, explica Pedro Docema, presidente executivo da Bandeira Científica em 2024 e graduando da FMUSP.

Ao final, os resultados do trabalho serão documentados em relatórios científicos, que servirão como base para a promoção de políticas públicas de saúde direcionadas à população do Vale do Ribeira. “Nosso objetivo não é realizar uma visita pontual ou uma ação isolada, mas sim desenvolver um projeto estruturante, que nos permita compreender as fortalezas e os desafios dos municípios envolvidos. Com isso, poderemos avaliar os dados e propor soluções às autoridades locais para melhorar o sistema de saúde”, afirma o Prof. Dr. Luiz Ferraz, professor de patologia na FMUSP e coordenador da Bandeira Científica.

Além do apoio das prefeituras de Iguape e Ilha Comprida, de doadores, patrocinadores e ONGs, a expedição será realizada em parceria com a farmacêutica Sanofi, que conduzirá uma sessão de letramento em Diversidade, Equidade & Inclusão no atendimento à saúde com todos os estudantes, professores e profissionais voluntários da Bandeira e das equipes locais. Essa ação faz parte da iniciativa global Um Milhão de Diálogos, que visa fortalecer a confiança entre grupos minorizados na área da saúde até 2030. A Sanofi descobriu, por meio de uma pesquisa global, que muitas pessoas de grupos minorizados têm menor confiança no sistema de saúde devido a experiências negativas em seus atendimentos. A sensibilização dos profissionais da saúde em DE&I é um dos pilares importantes no avanço dessa realidade. 

Sobre a Bandeira Científica da FMUSP

Fundada em 1957 como um projeto de extensão da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Bandeira Científica tem como missão levar cuidados de saúde a regiões remotas e comunidades vulneráveis do Brasil. Ao longo de suas 37 expedições, o projeto realizou mais de 83 mil atendimentos e contou com a participação de mais de 3.500 pessoas, entre alunos, professores e voluntários. A iniciativa oferece serviços médicos, odontológicos e de prevenção, além de promover a educação em saúde nas áreas atendidas. Mais informações sobre a Bandeira Científica estão disponíveis no site www.bandeiracientifica.com.br e no perfil do Instagram @bandeiracientifica.

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A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Diretora da Faculdade de Medicina da USP recebe o título de Master of Rheumatology do American College of Rheumatology

A Profa. Dra. Eloísa Bonfá foi homenageada por suas contribuições para o avanço da reumatologia

São Paulo, 19 de novembro de 2024 - A Profa. Dra. Eloísa Bonfá, diretora da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), foi agraciada com o título de Master of Rheumatology, a mais alta honraria concedida pelo American College of Rheumatology (ACR). O reconhecimento celebra sua contribuição inestimável para o avanço da reumatologia por meio de pesquisa, prática clínica, educação e defesa da causa.

A cerimônia ocorreu em 19 de novembro, em Washington (DC), durante evento promovido pela Associação de Profissionais de Reumatologia (ARP, da sigla em inglês), uma divisão ACR.

“É uma honra receber este prêmio. Ser reconhecida pelo ACR é um grande incentivo para seguir comprometida com o meu trabalho como médica, pesquisadora e orientadora, com foco na busca de soluções que tragam qualidade de vida aos pacientes com doenças reumáticas”, afirmou a Profa. Eloísa Bonfá.

Pioneirismo

A Profa. Dra. Eloísa Silva Dutra de Oliveira Bonfá é médica reumatologista e a primeira mulher a dirigir a FMUSP. Iniciou sua carreira em pesquisa no Hospital for Special Surgery, afiliado à Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Ao retornar ao Brasil, desempenhou diversos cargos na gestão acadêmica da Faculdade e no Hospital das Clínicas, incluindo dois mandatos como diretora clínica.

Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e com doutorado pela FMUSP, a Dra. Eloísa Bonfá conta com mais de 400 publicações científicas registradas. Ela ocupa a posição de presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas e do Conselho Curador da Fundação Faculdade de Medicina e, recentemente, foi eleita membro titular da Academia Nacional de Medicina (ANM).

Para mais informações sobre a premiação, acesse www.rheumatology.org/Get-Involved/Awards



Sobre a Faculdade de Medicina da USP

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Estudo da Faculdade de Medicina da USP revela agravamento na falta de vagas para Residência Médica no Brasil

O país conta com mais de 210 mil médicos generalistas que não concluíram a residência nem obtiveram título de especialista por uma sociedade filiada à AMB

São Paulo, 4 de novembro de 2024 – Nos últimos anos, o Brasil registrou um aumento significativo na oferta de novos cursos de medicina, que resultou no crescimento do número de profissionais formados que ingressam no mercado. No entanto, as vagas para Residência Médica (RM) não acompanham o mesmo ritmo, contrariando a Lei Mais Médicos, que determina a oferta de vagas de RM equivalente ao número de egressos dos cursos de graduação do ano anterior. O Panorama da Residência Médica: Oferta, Evolução e Distribuição de Vagas (2018-2024), realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), destaca os riscos associados a essa defasagem.

No período analisado, o número de estudantes de medicina no Brasil aumentou 71%, enquanto o de médicos residentes cresceu apenas 26%. Como consequência, o país tem atualmente mais de 210 mil médicos generalistas que não concluíram residência nem obtiveram título de especialista por meio de uma sociedade de especialidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB) — as duas únicas modalidades de titulação reconhecidas pela legislação.

REDUÇÃO DE VAGAS EM ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS

De 2018 a 2024, observou-se um aumento nas vagas de primeiro ano (R1) na maioria das 55 especialidades médicas reconhecidas no país, com destaque para Medicina de Família e Comunidade, Clínica Médica, Medicina Intensiva e Ginecologia e Obstetrícia. No entanto, o Prof. Dr. Mário Scheffer, coordenador do estudo, alerta para a redução de vagas em 14 especialidades, incluindo várias cirúrgicas, como Cirurgia Oncológica e Radioterapia, que são importantes para o tratamento do câncer.

SUDESTE CONCENTRA 50% DAS VAGAS

Apesar da concentração geográfica desigual de vagas, com mais da metade dos residentes localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a pesquisa destaca como um “achado positivo” a expansão da oferta nas demais regiões do país, ainda que em ritmo insuficiente. “Ainda serão necessárias novas iniciativas e políticas para que essa distribuição mais equitativa de residentes resulte, no futuro, em uma melhor distribuição de médicos especialistas nos serviços ambulatoriais e hospitais do SUS, especialmente nas áreas distantes dos grandes centros,” destacou o Prof. Mário Scheffer.

20% DE VAGAS DE RM ESTÃO OCIOSAS

Se, por um lado, faltam oportunidades de formação, por outro, a pesquisa revela que, em 2024, cerca de 20% das vagas de residência médica credenciadas pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) ficaram desocupadas. Para o Prof. Mário Scheffer, solucionar essa desocupação exige maior financiamento, formação de preceptores e uma compreensão mais aprofundada dos motivos que levam à baixa procura ou desistências em determinados programas.

OLHAR PARA O FUTURO

O coordenador da pesquisa destaca a urgência de estabelecer a real capacidade e as condições necessárias para a expansão da Residência Médica no país. “Esperamos que nossa pesquisa possa contribuir para a gestão, o planejamento e a tomada de decisões,” conclui.

Cerca de 40 mil médicos se formam anualmente e estima-se que, com a abertura de novas escolas médicas, o Brasil terá mais de 1 milhão de médicos até 2030. “Nossa principal preocupação é a capacitação dos jovens que se graduam em medicina e que iniciam suas atividades profissionais sem passar por uma avaliação imparcial e independente, que comprova as competências necessárias para o exercício da profissão”, ponderou o Dr. César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira.

PANORAMA DA RESIDÊNCIA MÉDICA

Os resultados do estudo "Panorama da Residência Médica: Oferta, Evolução e Distribuição de Vagas (2018-2024)" fazem parte da pesquisa Demografia Médica no Brasil, coordenada desde 2010 pelo Prof. Dr. Mário Scheffer, da FMUSP, e apoiada atualmente pela Associação Médica Brasileira (AMB), pelo Ministério da Saúde, pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os dados sobre Residência Médica utilizados no estudo foram fornecidos pela Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC), por meio do Serviço de Acesso a Dados Protegidos (Sedap) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Para acessar o conteúdo completo do estudo, clique aqui.



Sobre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Estudo da FMUSP e AMB aponta que 40% dos cursos médicos de especialização do país são EAD

Dados analisados pelas duas instituições alertam para as consequências perigosas do formato remoto na área da saúde

São Paulo, 16 de setembro de 2024 – Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), mostra que cerca de 40% dos cursos médicos de especialização no Brasil funcionam na modalidade de ensino a distância (EAD). Os dados fazem parte dos resultados preliminares do projeto "Demografia Médica no Brasil 2025", que analisa a oferta e as caraterísticas dos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu (PGLS) em especialidades médicas no país.

A pesquisa analisou 2.148 cursos de PGLS em medicina ofertados por 373 instituições. Quando analisada a duração por modalidade, os cursos EAD são mais curtos (9,7 meses) em comparação com a média dos cursos presenciais (15,4 meses) e semipresenciais (13,9 meses).

Entre os cursos EAD, mais de 90% são oferecidos por instituições privadas. A maioria (60%) está concentrada em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Já as instituições públicas, são responsáveis por 17,5% do total e, nelas, a duração média da formação é de 13 meses.

Segundo o Dr. Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina USP e coordenador da pesquisa, o estudo revelou um universo heterogêneo, com oferta em diferentes áreas médicas e grande variação quanto à localização, modalidade de ensino, carga horária, número de vagas, tempo de duração e preço. “Embora sejam obrigatórios o credenciamento da instituição de ensino e o registro de informações gerais junto ao MEC, a oferta desses cursos independe de autorização ou reconhecimento de órgãos do governo”, explica o pesquisador.

Residência médica x PGLS

A residência médica varia de dois a cinco anos, de acordo com a especialidade. Ao fim dessa etapa, o médico pode prestar o exame para obter o título de especialista.  Já os cursos de PGLS, que têm carga horária mínima de 360 horas, independem de autorização ou reconhecimento de órgãos do governo. No entanto, o médico que possui apenas o certificado de PGLS não pode se apresentar como especialista, e esse fato tem levado, inclusive, a disputas judiciais. 

Visão da AMB

Para o presidente da AMB, Dr. Cesar Eduardo Fernandes, a má-formação de médicos vem afetando diretamente a vida dos pacientes, resultando em atendimento de baixa qualidade. "Não se faz especialista em curso de final de semana, muito menos em ensino a distância. Você precisa ter um aprendizado prático sólido, em que se adquira as competências, as habilidades e as atitudes permitidas para que, enfim, possa ser registrado como um especialista", afirma. Por isso, ele defende a criação de um exame de proficiência, que dê segurança à população. 

“É preciso rever a regulamentação dos cursos médicos de PGLS, para garantir que considerem padrões mínimos de qualidade, corpo docente, infraestrutura, projeto pedagógico, matriz curricular, função social e resultados acadêmicos”, reforça o Prof. Dr. Mário Scheffer.

O diretor científico da AMB, Dr. José Eduardo Dolci, explica que a legislação atual determina que o título de médico especialista só pode ser obtido após conclusão de programas de residência médica, credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica ou por meio das sociedades de especialidades médicas filiadas à AMB.  “A residência médica brasileira tem exigências baseadas em fundamentos muito bem consolidados da pedagogia médica internacional. Atualmente, apenas um terço dos candidatos consegue obter o título de especialista”.

Dr. Dolci ressalta, ainda, que a AMB vem sugerindo medidas importantes para manter o padrão de qualidade na formação de especialistas.  “Precisamos de uma forte fiscalização sobre as ‘pseudo’ residências, que se intitulam ‘cursos de especialização’ sem ter credenciamento das sociedades especialistas. Também precisamos ampliar a discussão da recertificação periódica do título de especialista a cada cinco anos, fazer um levantamento minucioso de todos os centros formadores e padronizar as avaliações das residências credenciadas pelas sociedades de especialidades médicas”, reforça o diretor.

Projeto Demografia Médica no Brasil 2025

O projeto “Demografia Médica no Brasil 2025” é conduzido a partir da Carta Acordo entre FMUSP, Fundação Faculdade de Medicina (FFM), Ministério da Saúde (MS), Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O estudo também conta com o Acordo de Cooperação Técnica entre FMUSP e AMB. O recorte parcial com as informações sobre os cursos de Pós-Graduação Lato Sensu (PGLS) pode ser acessado neste link: clique aqui.

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FMUSP, Hospital das Clínicas e Grupo Fleury firmam acordo de cooperação científica

Iniciativa consiste no oferecimento de bolsas de pós-graduação para a promoção de inovação e desenvolvimento de talentos

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Hospital das Clínicas da FMUSP (HCFMUSP) e o Grupo Fleury assinaram uma parceria inédita com o objetivo de fomentar pesquisa, inovação e desenvolvimento de talentos na área da saúde. O acordo de cooperação científica oferecerá bolsas a alunos de pós-graduação, proporcionando acesso a laboratórios de ponta e oportunidades de pesquisa dentro das unidades do Fleury.

O foco inicial do projeto será na área de cardiologia, especialmente no setor de ecocardiografia. Com duração de cinco anos, o programa visa incentivar o desenvolvimento de pesquisas avançadas, capacitação em tecnologias de última geração e expansão de possibilidades de tratamento e diagnóstico.

Os alunos selecionados serão contemplados com bolsas, pagas pelo Grupo Fleury, para integrar as equipes do HC, da FMUSP e do Fleury, com uma dedicação semanal de 20 horas. “Essa parceria representa um marco no intercâmbio entre academia e setor privado, que potencializará a formação e a capacitação dos futuros líderes da medicina”, afirma o Prof. Dr. Paulo Pêgo, vice-diretor da FMUSP.

A iniciativa visa valorizar residentes e profissionais, com a abertura de portas para estágios e a realização de projetos que unam excelência acadêmica e inovação tecnológica. Os resultados das pesquisas serão compartilhados por meio de publicações científicas e da participação dos bolsistas em bancas de defesa de doutorado.

“Nossa história de 98 anos é marcada pela pesquisa e produção de conhecimento científico em cooperação com as instituições acadêmicas, estimulando o desenvolvimento de profissionais médicos de referência em suas especialidades. Nesse contexto, essa parceria é uma iniciativa com inestimável contribuição para os avanços da medicina no nosso País”, avalia Jeane Tsutsui, presidente do Grupo Fleury.

A expectativa é que a parceria também resulte, no futuro, no desenvolvimento de cursos de extensão e educação continuada, ministrados por ambas as equipes.

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Estudo da FMUSP revela função inédita do espermatozoide

Especialista alerta para potenciais impactos da infecção por COVID-19 na reprodução assistida 

São Paulo, 04 de setembro de 2024 – Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), publicado recentemente na renomada revista Andrology, encontrou pela primeira vez em mamíferos uma função não-reprodutiva dos espermatozoides. As descobertas indicam que os gametas masculinos infectados pelo vírus SARS-CoV-2 podem apresentar resposta imunológica semelhante ao mecanismo de defesa celular observado em células do sistema imunológico, como neutrófilos e macrófagos, em resposta a infecções.

Foram estudadas amostras de sêmen de 13 pacientes infectados que desenvolveram COVID-19 nas formas leve, moderada e grave, atendidos no Hospital das Clínicas (HCFMUSP), com idade entre 21 e 50 anos, em um período de até 90 dias após a alta e 110 dias após o diagnóstico. Ao todo, foi identificada a presença viral dentro do gameta masculino de 11 pacientes (84%).

Mecanismo de defesa

Além de identificar o vírus, o estudo observou que os espermatozoides apresentaram uma resposta semelhante à NETosis, um importante mecanismo de defesa celular dos neutrófilos que envolve a liberação de armadilhas extracelulares (ETs - do inglês extracellular traps) com efeitos antimicrobianos que causam a morte celular do agente agressor. Este mecanismo foi descrito em diferentes tipos celulares, como neutrófilos, macrófagos, eosinófilos, basófilos, mastócitos, monócitos e células dendríticas, mas nunca antes descrito em uma célula do sistema reprodutivo. É como se estas células fossem capazes de lançar   “teias” de material celular que envolvem e aprisionam o agente agressor, neutralizando-o e impedindo seu poder destrutivo, que neste estudo, é o vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19.

Essas armadilhas, no caso dos espermatozoides, foram nomeadas de SETs-L (do inglês Spermatozoa Extracellular Traps-Like) neste estudo e descritas como filamentos de DNA descondensado associados a partículas virais. A formação dessas armadilhas extracelulares de DNA pelos espermatozoides é uma resposta biológica a infecções, que visa à captura e neutralização de patógenos.

De acordo com o coordenador do estudo e da Unidade de Toxicologia Reprodutiva do Departamento de Patologia da FMUSP, Prof. Dr. Jorge Hallak, os achados são significativos porque sugerem que, mesmo em homens que se recuperaram da COVID-19 e cujos testes de PCR no sêmen foram negativos, os espermatozoides podem abrigar o vírus por um período prolongado, até mesmo acima dos 110 dias identificados neste estudo.

Impactos na reprodução assistida

“Isso levanta questões sobre as implicações para a concepção natural e, principalmente, para Técnicas de Reprodução Assistida (ART), em que um único espermatozoide é injetado por uma microagulha diretamente dentro do óvulo da parceira e é escolhido de forma aleatória por um embriologista, de forma que, tecnicamente, fica impossível saber se aquele determinado espermatozoide contém, ou não, as centenas de vírus dentro dele, que só podem ser vistos por microscopia eletrônica de transmissâo, com aumento ao redor de 7,500 vezes. Ou seja, o olho humano não tem a resolução necessária para poder escolher qual espermatozoide injetar no óvulo”, explica o médico.

Na concepção natural, os espermatozoides com função defeituosa não teriam a capacidade natural de chegar até as trompas de Falópio e fertilizar o óvulo. A razão principal para isso foi identificação de grande quantidade de vírus na cauda dos gametas masculinos, que é responsavel pela motilidade dos mesmos. Portanto, tecnicamente, eles não teriam a capacidade de se locomover até o encontro do gameta feminino, o que não acontece quando um espermatozoide é artificialmente injetado dentro do gameta feminino, por meio da ART. 

O estudo destaca também a necessidade de precauções adicionais no manejo de pacientes masculinos infectados com SARS-CoV-2 que desejam conceber. “Isso porque foram encontradas diversas alterações funcionais nos espermatozoides e elevada taxa de dano ao DNA, que afetam a qualidade e a função dos espermatozoides, o que pode influenciar negativamente as taxas de fertilização, a qualidade embrionária e elevar a uma taxa de abortos e de gravidez a termo”, completa o especialista.

Uso responsável das ART

O Prof. Dr. Jorge Hallak, que também é chefe do setor de Medicina Sexual & Andrologia do Departamento de Cirurgia do HCFMUSP e coordenador do Grupo de Estudos em Saúde Masculina do IEA-USP, reforça a importância de um uso mais responsável das Técnicas de Reprodução Assistida em casos de infertilidade masculina, responsável direta ou indiretamente, por até 52% dos casos de infertilidade conjugal na América Latina.  

Segundo o especialista, embora represente um avanço marcante no manejo do homem infértil, uma nova preocupação surge na prática tradicional da medicina: a saúde e o bem-estar não apenas do ser humano sujeito a tratamentos de fertilização, mas das gerações futuras.

Apesar do sucesso dessas tecnologias, o seu uso permanece invasivo e deve ser empregado com cuidado, devendo ser aplicada como a última opção terapêutica e não considerada como a única e primeira solução para quase todas as causas de infertilidade, devido às consequências ainda ocultas, que serão visíveis somente nas próximas gerações.

“Embora as ART, especialmente a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), representem avanços significativos para homens inférteis e que permitem a paternidade genética, é importante atentar para o impacto na saúde do homem, da parceira e da prole a longo prazo, bem como para questões éticas”, finaliza o pesquisador.

Para o médico, é fundamental buscar um diagnóstico correto e o tratamento adequado da infertilidade masculina antes de optar por técnicas invasivas, para minimizar riscos para futuras gerações e evitar o uso desnecessário de tecnologias caras e complexas.

Descobertas inéditas

Neste estudo foram encontradas duas descobertas cientificas inéditas muito relevantes. A primeira, diz respeito ao entendimento do virus SARS-CoV-2 e de sua capacidade de habitar o ambiente intracelular de uma célula responsável pela reprodução, as consequências na diminuição da capacidade reprodutiva do homem e a potencial implicação da presença do vírus em processos de reprodução natural e, particualrmente, na assistida.

O segundo achado expressivo foi a descrição da capacidade de uma célula do sistema reprodutivo fazer parte do sistema inato de defesa, ao lançar uma rede/teia que causa o suicídio celular para vencer uma infecção grave. Este mecanismo nunca havia sido descrito antes em mamíferos.

O estudo completo pode ser acessado AQUI.

Sobre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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Estudo da FMUSP revela que adesão à Dieta da Saúde Planetária pode desacelerar o declínio cognitivo

Artigo publicado na revista científica Nature Aging aponta uma associação entre a adesão e a renda dos participantes 

São Paulo, 28 de junho de 2024 – Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) descobriram evidências de que a adesão à Dieta da Saúde Planetária (PHD, na sigla em inglês), proposta pela Comissão EAT-Lancet, pode retardar consideravelmente o declínio cognitivo, especialmente em indivíduos de maior renda. Os resultados, publicados na revista Nature Aging, destacam os benefícios potenciais de hábitos alimentares que priorizam a sustentabilidade ambiental e a saúde humana

O estudo “Adesão à dieta de saúde planetária e declínio cognitivo: descobertas do estudo ELSA”, coordenado pela Profa. Dr. Claudia Kimie Suemoto, envolveu 11.737 participantes, ao longo de oito anos. A idade média dos participantes no início foi de 51 anos, com um número maior de mulheres (53,9%), pessoas brancas (52,8%) e com nível universitário ou maior (56%). 

Os resultados revelaram uma associação significativa entre maior adesão à dieta e um declínio mais lento na memória, sendo que a renda se mostrou um fator modulador importante. Os participantes de alta renda apresentaram um declínio mais lento na memória e na cognição global em comparação com participantes de baixa renda.

Com base na alimentação relatada pelos participantes, o consumo de vegetais de folhas verdes escuras, aves e menor consumo de óleo pode ser associado a um declínio mais lento da cognição global. De modo geral, os indivíduos de alta renda apresentaram maior adesão aos componentes da dieta como nozes, carne vermelha, aves, vegetais, tubérculos e açúcar. Já os parcipantes de baixa renda preferiram feijões, peixe, frutas, laticínios, óleos e gordura animal.

A não observação de uma associação significativa entre adesão à dieta e declínio cognitivo em participantes de baixa renda sugere possíveis desafios socioeconômicos no acesso e manutenção dos padrões alimentares da PHD. “Os resultados do nosso estudo destacam que a promoção de padrões alimentares saudáveis deve considerar as barreiras de renda, assim como as diferenças nos hábitos alimentares, para alcançar uma maior adesão”, explica a pesquisadora.

O artigo completo pode ser acessado AQUI

Sobre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) é reconhecida globalmente por sua excelência acadêmica e inovação em ensino e pesquisa médica. Fundada em 1912, oferece cursos de graduação em Medicina, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Física Médica. Com mais de 1.400 alunos na graduação e mais de 1.800 na pós-graduação, a FMUSP é um centro de pesquisa com mais de 60 laboratórios e 230 grupos de pesquisa. Além disso, mantém parcerias com instituições de saúde renomadas, como o Hospital das Clínicas, e dedica-se à educação continuada e ao atendimento de qualidade à comunidade. Para mais informações, acesse: www.fm.usp.br.

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FMUSP e Weill Cornell Medicine-Qatar realizam o 1º Congresso Internacional de Inovação e Pesquisa em Educação na Saúde

Mais de 20 palestrantes internacionais e 70 nacionais compõem a programação do evento que acontece de 8 a 10 de junho, em São Paulo

São Paulo, 20 de maio de 2024 - Em um contexto global de constante transformação digital, os métodos de ensino também precisam ser aprimorados. Para endereçar essa necessidade latente, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), por meio do Centro de Desenvolvimento de Educação Médica (CEDEM), realizará, em parceria com a Weill Cornell Medicine-Qatar, o 1º Congresso Internacional de Inovação e Pesquisa em Educação na Saúde (CIIPES), de 8 a 10 de junho, em São Paulo.

O evento está dividido em três grandes eixos temáticos: Medicina de Precisão, Educação e Responsabilidade Social. No primeiro eixo, será explorada a integração da tecnologia no cuidado à saúde e o cuidado de precisão. O segundo abordará a formação de profissionais por meio dos recursos tecnológicos disponíveis e o terceiro eixo, os processos de cuidado e educação relacionados à responsabilidade social da instituição de ensino.

Mais de 20 palestrantes internacionais estarão no evento, entre eles: Curtis Cole, da Weill Cornell Medicine-Qatar; Patricia O'Sullivan, da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia; Heeyoung Han, da Southern Illinois University School of Medicine; Mandeep Mehra, da Harvard Medical School; Harm Peter, presidente da Association of Medical Scholls in Europe; e Ricardo León Bórquez, presidente da World Federation for Medical Education. Além disso, 70 profissionais nacionais, incluindo professores da FMUSP, compõem a programação.

“O CIIPES reforça o compromisso da FMUSP de estar sempre à frente no que diz respeito à inovação e qualidade do ensino. Ao reunir especialistas globais e pioneiros em educação na saúde, não apenas compartilhamos conhecimentos de ponta, mas também consolidamos a nossa posição como um centro de referência internacional na formação de profissionais da área", reforça a Profa. Dra. Eloisa Bonfá, diretora da FMUSP.

Alunos, ex-alunos e professores da Faculdade têm desconto de 50% nas inscrições até o dia 28 de maio, com o cupom CEDEM50.

  • Serviço:
  • Datas: de 8 a 10 de junho de 2024
  • Local: Centro de Convenções Rebouças - Av. Rebouças, 600 - Pinheiros, São Paulo – SP
  • Inscrições: clique aqui

Sobre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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Sequelas pulmonares pós-Covid-19 podem progredir dois anos após a alta hospitalar, aponta estudo da FMUSP

Artigo publicado na renomada revista The Lancet Regional Health Americas aborda os impactos da doença na fase crônica

São Paulo, 25 de abril de 2024 – A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência sanitária da Covid-19, mas muitos pacientes ainda convivem com as consequências pulmonares da doença. É o que aponta o artigo "Sequelas respiratórias pós-COVID-19 dois anos após hospitalização: um estudo ambidirecional", publicado na renomada revista científica The Lancet Regional Health Americas.

O conteúdo é baseado na pesquisa coordenada pelo Prof. Dr. Carlos Carvalho, titular da disciplina de pneumologia da FMUSP. O estudo, inédito na América do Sul, acompanha pacientes de Covid grave que foram internados no HCFMUSP no período da pandemia, com o objetivo de entender os impactos da doença em longo prazo.

Os resultados revelaram que, mesmo após dois anos, mais de 90% dos participantes apresentava alguma alteração respiratória, muitas delas graves, como sinais de inflamações pulmonares e possíveis progressões para fibrose. Apenas uma pequena porcentagem (2%), teve melhora em comparação com a avaliação de 6 a 12 meses, e uma parte significativa (25%) dos pacientes com lesões semelhantes a fibrose, experimentou piora nas anormalidades pulmonares.

O levantamento também apontou que o tempo de internação, a ventilação mecânica invasiva e a idade do paciente influenciam o desenvolvimento de lesões pulmonares semelhantes à fibrose em pacientes pós-Covid-19.      

Prof. Carvalho destaca a relevância do estudo para a comunidade científica. “A área do pós-Covid é uma incógnita e ainda estamos aprendendo sobre a fase crônica. Este é o trabalho mais robusto sobre o assunto e os resultados vão contribuir para a construção da literatura sobre a doença”, enfatiza.

Para o professor, entender as consequências da doença ao longo do tempo é fundamental para prever os possíveis impactos para a saúde pública nos próximos anos.

O artigo completo pode ser acessado AQUI.

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