Não é incomum considerar que o início das atividades acadêmicas em Fisioterapia no Brasil ocorreu no ano de 1919, a partir da instituição do Departamento de Eletricidade Médica na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Juntamente com a fundação deste departamento, criou-se o primeiro Curso de Fisioterapia do Brasil para formar, neste momento, técnicos em fisioterapia, financiado pelo Centro de Estudos Raphael de Barros. Fisicamente as instalações localizavam-se no sétimo andar do Instituto Central do HC da FMUSP, sendo as aulas ministradas por médicos e docentes do próprio hospital. Neste período, como nas décadas subsequentes, a Fisioterapia ainda era concebida como uma atividade ligada a atuação médica. Essa situação foi se alterando aos poucos, com o aumento da complexidade das atividades fisioterapeutas e as primeiras (e ainda não muito aprofundadas) pesquisas na Área. No ano de 1951 foi inaugurado o Serviço de Fisioterapia no Hospital das Clínicas da FMUSP, ao qual foi ligado o primeiro curso de Fisioterapia no estado de São Paulo. Note-se que o curso era ministrado por professores médicos e que a Fisioterapia ainda não era tida como uma Área das Ciências da Saúde. O curso tinha um caráter de formação técnica, com o objetivo de preparar profissionais que atuariam aplicando as prescrições dos profissionais médicos. Somente em 1963 o curso passou de dois para três anos de formação, mas ainda assim preparando profissionais como técnicos. No final da década de 1970, mais precisamente em 1979, o curso passou a ter quatros anos de formação e, a partir de então, a Fisioterapia finalmente foi adquirindo suas características de Área especifica nas Ciências da Saúde. Hoje isso já está consolidado, com o desenvolvimento de sólida produção acadêmica, que lhe atribuiu o status de Área de pesquisa independente nas Ciências da Saúde. O curso de Fisioterapia da USP é reconhecido como um dos melhores da América Latina, gozando de prestígio internacional, com docentes e pesquisadores realizando extensas e aprofundadas pesquisas que contribuem significativamente para o desenvolvimento da Área no país e no mundo. A partir de 2010, o curso de graduação em Fisioterapia da USP passou a ter cinco anos de formação.