Ortopedista pediátrico com especialização na Universidade de Harvard, Estados Unidos, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o ministro da Saúde visitou o Incor no dia 13 de dezembro, e a seguir participou de um longo debate na FMUSP. A reunião iniciada por volta de 10h30, durou aproximadamente quatro horas e contou com intensa participação dos presentes.
Após quebrar o protocolo solicitando que cada um dos ouvintes se apresentasse nominalmente, o ministro apresentou sua plataforma política a autoridades, executivos da indústria e representantes do setor da saúde, que lotaram a Sala da Congregação da FMUSP. Ao defender o SUS Mandetta afirmou que o Ministério da Saúde deverá ser reorganizado para otimizar recursos para a assistência. “Quem condena o SUS, que convoque uma nova Constituinte, que convença e inscreva uma nova Carta, pois a Constituição que aí está, vamos defender até a última gota. Eu não peço arrego, vou lutar pelo SUS. Vou ser um ministro da Atenção Básica”, afirmou.
Para Mandetta, é “inadmissível” que os números da mortalidade materna e infantil e as taxas da sífilis no país tenham evoluído tão negativamente. “É inadmissível termos um exército de agentes comunitários do SUS e não os capacitar para serem agentes transformadores do ciclo saúde-doença. Eles entram nas casas com crachá e em nome da saúde e nós não os usamos”, afirmou.
“E a epidemia da cracolândia? E a drástica queda na cobertura vacinal? Não temos o direito de acharmos que não temos nada a ver com isso. Cada um desses problemas compete a cada um de nós”, enfatizou Mandetta.
O diretor da FMUSP, Prof. Tarcisio Eloy Pessoa de Barros, lembrou que o debate foi “o início de um diálogo” e exortou aos presentes para transformem suas demandas em propostas e projetos exequíveis, a fim de contribuir para a melhoria do sistema de saúde brasileiro. “Esse é um dia paradoxal, devido ao velório do Prof. Vicente Amato Netto, que teve grande dedicação à causa da saúde, e é também um dia de muito orgulho por termos aqui a presença de um ministro da Saúde comprometido com a mesma causa”, disse o diretor.
Além do diretor da FMUSP, participaram da mesa de debates a Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na ocasião, Profa. Linamara Rizzo Battistella, o presidente do Instituto Coalizão Saúde e ex-diretor da FMUSP, Prof. Giovanni Guido Cerri, e José Luis Gomes do Amaral, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM).
Linamara parabenizou a inciativa de o novo ministro defender a Atenção Básica e fez um apelo por uma redução na carga de impostos de fornecedores que atuam em transferência de tecnologias, de forma a reverter mais recursos para a formação e na qualidade de produtos para a assistência. “Sua exposição foi brilhante e tomara que consiga levar sua determinação para o sistema de comunicação do Ministério”, disse a professora.