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A pandemia da Covid-19 tornou mais evidente a necessidade dos chamados sistemas de sentinela, que monitoram agentes patológicos a fim de evitar surtos ou mesmo prever futuras epidemias. Além de vírus como o SARS-CoV-2, porém, é fundamental monitorar também fungos e bactérias que ainda não possuem tratamentos eficazes e podem se espalhar. Esse foi o tema da 4ª Conferência FAPESP 60 anos, “Desafios à Saúde Global”, realizada em 22/09/2021.

O evento teve como mediadora Helena Nader, Professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) e integrante do Conselho Superior da FAPESP.

“É muito importante termos sistemas de sentinela que permitam que uma pandemia, no início do seu surgimento, seja rapidamente detectada e combatida. Mas tudo isso requer uma interação, uma cooperação, que nem sempre são naturais”, destacou Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP, durante a abertura do evento.

Andrea Dessen, pesquisadora do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), da França, alertou para o fato de que, historicamente, não são apenas vírus que causam pandemias, mas também bactérias. Desde os anos 1960, no entanto, poucos novos antibióticos foram descobertos e hoje há um conjunto de bactérias conhecido pela grande capacidade de escapar aos tratamentos existentes.

“A Organização das Nações Unidas calcula que hoje são 700 mil mortos por ano por conta da resistência aos antibióticos, mas, se não fizermos nada, em 2050 serão 10 milhões por ano”, afirmou a pesquisadora, que coordena um projeto apoiado pela FAPESP no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), no âmbito do Programa São Paulo Excellence Chair (SPEC).

A pesquisadora lembrou que são seis as razões apontadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a resistência aos antibióticos: prescrição excessiva, tratamentos não finalizados, utilização excessiva na pecuária (que consome 80% do volume mundial desses medicamentos), controle insuficiente das infecções em ambientes hospitalares, falta de higiene e saneamento e ausência de antibióticos no mercado.

Vírus monitorados

Ester Sabino, Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e pesquisadora do Instituto de Medicina Tropical (IMT da FMUSP), lembrou que o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), apoiado pela FAPESP e coordenado por ela, foi criado com a ideia de monitorar novos arbovírus (patógenos transmitidos por artrópodes). A emergência da Covid-19, porém, ampliou o escopo do projeto.

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