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A revista The Lancet Regional Health – Americas, acaba de publicar o artigo (viewpoint) “Monkeypox in Brazil between Stigma, Politics, and Structural Shortcomings: Have we not been here before?”, assinado por três docentes e pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP)  ­–  Mário Scheffer,  da Faculdade de Medicina , Lorena Barberia, do Departamento de Ciência Política  e Vera Paiva, do Instituto de Psicologia ­ –, juntamente com Giuliano Russo, da Queen Mary University of London.

O texto destaca as omissões e erros cometidos pelo governo de Jair Bolsonaro durante a pandemia de covid e alerta para medidas necessárias visando o controle mais eficaz da propagação da monkeypox no Brasil. Em 3 de novembro, o Brasil registrava 9.312 casos confirmados da doença e um total de 11 óbitos, tornando-se o país com mais mortes pela doença no mundo.

Os autores apresentam cinco fatores críticos e interligados, que podem ser considerados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, recém-eleito, visando um novo plano de combate à monkeypox, bem como em outras ameaças epidêmicas futuras:

1.   O estigma associado à infecção  que afeta desproporcionalmente populações mais vulneráveis;

2.   A desinformação, as mensagens enganosas ou imprecisas que dificultam a prevenção;

3.   As deficiências prévias do sistema de saúde, com falhas na vigilância e na atenção primária à saúde, incluindo falta de testes e baixo rastreamento de contatos;

4.   A dependência do país na importação de vacinas e insumos;

5.   A crise política e de gestão, com fragmentação de respostas e falta de coordenação do Ministério da Saúde.

Os autores defendem que as abordagens baseadas em direitos humanos precisam estar no centro das respostas do Brasil às epidemias, garantindo a inclusão dos mais vulneráveis e a participação das comunidades afetadas como parte da solução, e não do problema.

Leia o artigo aqui: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2667193X22002113_