Diferenciar com mais precisão os tipos de pacientes com câncer de próstata e, com isso, encaminhá-los a tratamentos adequados caso a caso. Reduzir a quantidade de biópsias realizadas, e definir melhor o prognóstico de cada paciente. E, por fim, menos tratamentos agressivos.
Esses são alguns dos benefícios esperados das pesquisas realizadas no LIM 55 (Laboratório de Urologia), conforme a apresentação feita pela Profa. Sabrina Reis Faria, do Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), no Seminário Científico, realizado no último dia 8.
Com o tema “Marcadores Moleculares do Câncer de Próstata”, o seminário apresentou as recentes descobertas feitas pelo grupo do qual a pesquisadora faz parte: marcadores biomoleculares que aparecem em maior quantidade nos pacientes com câncer de próstata e que podem, futuramente, ajudar em diagnósticos e prognósticos mais precisos, evitando métodos agressivos como, por exemplo, a biópsia.
Sabrina explicou que, hoje, o diagnóstico do câncer de próstata é feito quase exclusivamente pela biópsia visto que o toque retal e os níveis séricos de PSA são utilizados no rastreio da doença. Entretanto a biópsia tem taxas importantes de resultados falso-negativos.
A ideia, portanto, é criar um painel molecular que ajude o médico na prática clínica, o que deve ajudar muito o urologista ou oncologista a decidir que caminho seguir com cada paciente.
“O câncer de próstata tem um avanço lento, de modo que um paciente com o escore de Gleason 6 (o menos agressivo que existe), por exemplo, pode viver anos com a neoplasia, com uma vigilância ativa do médico, mas sem ter que operar”, explicou a professora. “Os marcadores moleculares poderão, futuramente, somar no arsenal de recursos do médico para que ele tome decisões como essa”.
Os estudos ainda precisam ser aprofundados, em especial porque o câncer de próstata é um dos mais heterogêneos que existem: ao se replicar estudos feitos num país, eles não se repetem numa outra população.
Os Seminários Científicos são organizados pela Comissão Científica e pela Diretoria Executiva dos Laboratórios de Investigação Médica (LIMs) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). São realizados sempre na segunda quarta-feira do mês, às 11h30, e contam com palestrantes de diversas frentes de pesquisa dos LIMs.