Departamento de Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP

Histórico do departamento


A disciplina de Moléstias Infecciosas e Parasitárias na Faculdade de Medicina de São Paulo iniciou-se sob a responsabilidade do Prof. Celestino Bourroul no ano de 1925. Médico formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, Bourroul trazia em sua bagagem estudos voltados às doenças “peculiares do país” como a disseminação dos mosquitos, o que lhe propiciou desenvolver áreas de estudos que seriam definidas por “Moléstias Tropicais”, bem como formar os primeiros médicos especialistas, entre eles, João Alves Meira, que foi responsável por uma série de cursos voltados à Helmintologia e Protozoologia para educadores sanitários e médicos sanitaristas, bem como de Diagnósticos Clínicos das Doenças Transmissíveis ocupando, no lugar de Bourroul, quando este se aposentou, o cargo de Catedrático de Diagnóstico de Doenças Transmissíveis da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Já as demandas advindas do Hospital das Clínicas nesse período demonstravam o quanto havia a ausência de hospitais que pudessem equacionar parte das necessidades de assistência voltada às doenças tropicais. Entre as medidas tomadas, em 1952 iniciou o sistema de Residência Médica HC-FMUSP e uma Divisão de Moléstias Infecciosas, impulsionando a especialidade e trazendo novos nomes como de Vicente Amato Neto.

É importante destacar, que esse corpo clínico do HC se desdobrou em divisões mais amplas de trabalho ambulatorial, como apresentado pelo jornal O Estado de São Paulo em 1963: “Uma enfermeira de Saúde Pública, com a função precípua de instruir os pacientes sobre normas profiláticas, também, ali trabalha. A Enfermaria possui uma série de seções isoladas e duas delas são destinadas aos tetânicos. O isolamento é perfeito, com vistas a evitarem-se as chamadas ‘infecções cruzadas’, isto é, contraídas no hospital. Há 31 leitos para portadores de doenças infecciosas, 37 para doenças não contagiosas e 8 outros leitos. Destaca-se nessa atividade, uma providência tomada à Blastomicose sul-americana, que é de grande incidência em nosso meio. A grande afluência de enfermos determinou a medida, de ordem econômica, que consiste na recepção dos pacientes pela manhã, e saída dos mesmos à tarde depois de adequada medicação. Nesse período exerce-se a necessária vigilância médica ao tratamento por antibiótico específico”.  

Com a aposentadoria compulsória do Prof. Meira, em 1975, entrou em seu lugar, por votação, o Prof. José Maria Ferreira como Regente da Disciplina e Diretor das Clínicas de Moléstias Infecciosas e Parasitárias. Em Ata do dia 14 de maio o novo Chefe do Departamento leu uma carta que lhe foi endereçada pelo Prof. João Alves Meira, que “em tom fraternal o professor despede-se de seus colegas de trabalho, almejando “votos de profícuo labor e crescente prestígio científico ao departamento onde durante tantos anos exerceu suas atividades de mestre e amigo”. Configurava-se assim um departamento que se desdobraria nas décadas seguintes, aprofundando em tempos atuais as especialidades no campo do ensino, da pesquisa, da assistência e da extensão como se segue. Em julho de 1986, houve desdobramento do Depto. de Medicina Tropical e Dermatologia em Depto. de Dermatologia e Depto. de Doenças Infecciosas e Parasitárias, que em 2002 passou a ser denominado Depto. de Moléstias Infecciosas e Parasitárias. Trechos extraídos do livro: “Trajetória da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: aspectos históricos da ‘Casa de Arnaldo’” – vol. 2, capítulo 9 – “Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias.

Professor Celestino Bourroul

Professor João Alves Meira

Professor Vicente Amato

Professor Ricardo Veronesi

Professora Maria Aparecida Shikanai

Professor Marcos Boulos

Professor Antonio Barone

Professor Aluisio Segurado

Professora Anna Sara Levin

Professor Esper Kallas