Departamento de Infectologia e Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP

O Programa de Residência Médica em Infectologia, sob a responsabilidade do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP, iniciado em 1952, prevê três anos de atividades informativas e formativas específicas para que os Médicos Residentes egressos do programa estejam convenientemente capacitados nas diversas áreas da Infectologia (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), UTI, Infecção em Imunodeprimidos, Atendimento Ambulatorial, Atenção a pacientes internados, Medicina Tropical).

Atualmente o Programa de Residência Médica em Infectologia tem duração de três anos com acesso direto e oito vagas para o primeiro, segundo e terceiro anos com a possibilidade de um quarto ano optativo, em Medicina Tropical, com duas vagas. A carga horária semanal é de 60 horas, incluídos aí os plantões.

A abordagem do primeiro ano é essencialmente de Medicina Interna com estágios em Pronto Socorro, Unidades de Terapia Intensiva e Enfermarias Clínicas, incluindo Enfermaria de Moléstias Infecciosas; além disso há um estágio em Laboratórios de Investigação Médica (Bacteriologia, Imunologia, Protozoologia, Imunopatologia da Esquistossomose, Virologia, Hepatites e Parasitologia).

O principal aspecto da formação no segundo ano de residência, consiste, nas atividades da Enfermaria, centradas na capacitação diagnóstica e terapêutica e dos princípios fundamentais que regem os aspectos éticos no relacionamento médico-paciente. Também há estágio em UTI de Moléstias Infecciosas (MI), Ambulatório Geral e de AIDS e nos Laboratórios de Investigação Médica (Bacteriologia, Imunologia, Protozoologia, Imunopatologia da Esquistossomose, Virologia, Hepatites e Parasitologia).

No terceiro ano são prioritariamente focadas as subespecialidades: Controle de Infecção Hospitalar, Infecções em Pacientes Imunodeprimidos, Infecções em outras Especialidades Médicas (Interconsulta), Vigilância Epidemiológica e Imunobiológicos. Há ainda atividades em ambulatórios especializados: AIDS, Hepatite B e C, HTLV-I/II, Paracoccidioidomicose, Doença de Chagas, Leishmanioses, DST, Hanseníase,

Esquistossomose e enteroparasitoses,  Imunobiológicos e os Ambulatórios de Viajantes e Acidentes com Material Biológico.

Nos claros optativos da grade, o programa, faculta ainda, estágios complementares em outras instituições do Brasil e do Exterior que venham a complementar informações adicionais não disponíveis em nossas instituições. Dentre outros estágios, vale destacar o estágio de campo no Núcleo de Medicina Tropical (NACE-NUMETROP) instalado no Município de Santarém no Pará.

Nesse último ano de Residência Médica em Infectologia, o médico residente deverá produzir um trabalho de pesquisa (monografia), orientado por um docente ou médico assistente.

Há, ainda, a disponibilização de duas vagas com bolsa para um quarto ano de Residência Médica na área de Atuação em Medicina Tropical. É pré-requisito para esse ano adicional, que o médico tenha concluído um Programa de Residência Médica em Infectologia reconhecido pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

Entendemos que as doenças infecciosas e parasitárias assumem importante papel nos aspectos médicos-assistenciais em escala mundial, haja vista o recrudescimento de doenças infecciosas até então tidas como controladas tanto nos países desenvolvidos como nos subdesenvolvidos (tuberculose, sífilis, dengue, febre amarela, sarampo, etc.), e as denominadas doenças emergentes (AIDS, Hantavírus, Ebola, Zika vírus, Chikungunya, Influenza H1N1, Coronavírus), constituindo-se em relevante problema de Saúde Pública e um grande desafio para o corrente milênio.

Constatamos, hoje, que pela importância que as doenças infecciosas assumem com relação à Saúde Pública em escala mundial, é de crucial importância a necessidade de formar profissionais competentes e capacitados para enfrentarem os desafios do presente e do futuro.