A criação da Faculdade de Medicina em São Paulo em 1912 foi o resultado de um longo processo de acomodação entre a corporação médica e as forças políticas locais. O primeiro ato de criação da escola foi assinado em 1891 por Américo Brasiliense e previa a fundação da Academia de Medicina, Cirurgia e Farmácia, bem como a criação das escolas de Engenharia e de Agricultura. Contudo, ao contrário de suas congêneres, a Faculdade de Medicina levaria 21 anos para ser instituída, o que se deu a partir da assinatura da Lei 1.357, de 19 de dezembro de 1912 pelo então governador do estado, Rodrigues Alves.
A aula inaugural aconteceu no dia 2 de abril de 1913 e foi ministrada pelo catedrático de Física Médica Edmundo Xavier. Desde o início de suas atividades, a faculdade procurou conferir base científica e experimental ao ensino, com ênfase na pesquisa e em práticas laboratoriais, uma contraposição expressiva ao modelo vigente no país, mais voltado para aulas teóricas, com ênfase na clínica. Cabe também destacar que a Faculdade de Medicina foi a primeira escola pública de nível superior em São Paulo a permitir explicitamente em seu regulamento o ingresso de estudantes de ambos os sexos, o que possibilitou a formatura de duas mulheres na primeira turma, Delia Ferraz e Odette Nora, além de destinar 10% de suas vagas para a matrícula de alunos pobres.