O projeto Plataforma de Imagens na Sala de Autópsia (PISA) começou a ser delineado em 2009 e em 13 de março de 2015 foram inaugurados o prédio e o equipamento de Ressonância Magnética de 7 Tesla. O projeto, capitaneado pelo Prof. Paulo Hilário Saldiva, nasceu dentro da chamada de equipamentos multiusuário da FAPESP (processo 2009/54323-0) e reuniu os departamentos de Patologia e Radiologia da FMUSP ao Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), além de atrair subprojetos de todos os departamentos da FMUSP.
O PISA é um projeto de incorporação de tecnologia de nível internacional, com parcerias já em andamento com diversos países. O projeto vem complementar o esforço que vem sendo desenvolvido pelo Sistema para utilizar a sala de autópsias como recurso de pesquisa e terá grande impacto na melhoria da formação profissional e na prática médica. O potencial do projeto reside no fato de serem realizadas anualmente no SVOC cerca de 14.000 autópsias, o maior número do planeta. Entre as linhas desenvolvidas estão o conceito de autópsia minimamente invasiva, como alternativa para aumentar o número de autópsias e minimizar os efeitos sobre o cadáver decorrente deste procedimento, e a investigação do papel da autópsia como ferramenta de estudo da exposição ao ambiente urbano na determinação de doenças no ser humano. Em 2015 foi aprovado pela Fapesp o projeto temático "Uso de modernas técnicas de autópsia na investigação de doenças humanas (MODAU)".
O projeto foi financiado através de um Acordo de cooperação entre a USP, a FAPESP e a FFM. A esse projeto inicial foi agregado um projeto NAP da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP para o Núcleo de Pesquisa Integrada em Autópsia e Imagenologia (NUPAI). Com recursos da USP, através do NUPAI foi adquirido um equipamento de tomografia dedicado à pesquisa post mortem e em animais. Com recursos do CNPq foi adquirido novo scanner de lâminas. A Fapesp financiou também a importação de um equipamento para injeção de fluído para análise do sistema circulatório em cadáveres (virtângio).
As obras do recinto que abriga a ressonância, uma área subterrânea de 500 m², foram financiadas pela USP. O pagamento de vários serviços e aquisição de equipamentos necessários para a instalação da ressonância foram pagos com recursos de reserva técnica institucional da FAPESP (2011/51974-0 e 2013/26330-7).
O modelo de gestão adotado no projeto segue padrões internacionais e conta com três conselhos - gestor, científico e executivo – além de uma ouvidoria externa. O projeto se desdobra em vertentes de pesquisa, ensino, assistência e sustentabilidade. Foram enviados técnicos ao exterior para conhecer serviços onde o equipamento 7T já está em funcionamento no Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos, a fim de aprimorar o projeto, conhecer a gestão dessas core facilities e pavimentar o caminho para o estabelecimento de parcerias de pesquisa.
O projeto foi originalmente concebido pelo Prof. Luiz Francisco Poli de Figueiredo, que veio a falecer durante sua execução. Com recursos do projeto de infraestrutura Finep 2008 foram adquiridos os equipamentos iniciais (central de monitoramento, ventiladores) e feita a reforma do espaço. O projeto foi readequado em 2014 e recebeu financiamento dentro do Proinfra USP.
A área de 110m², localizada no 4º andar do prédio principal da FMUSP, foi originalmente readequada para receber 10 leitos de animais de experimentação de médio/grande porte (porcos). Com a evolução do conceito de UTI de animais evoluiu, buscando-se um foco maior em experimentos translacionais, isto é, buscando simular com maior realismo as dificuldades da prática clínica, obtendo-se resultados de maior relevância clínica e que sugerem de forma mais apropriada protocolos terapêuticos e de monitoração a serem testados no "balão de ensaio relevante" (leitos de terapia intensiva do conjunto HC/Incor/Instituto do Câncer).
O grupo da Pneumologia do Sistema Acadêmico FMUSP-HC tem repetidamente demonstrado que o potencial impacto assistencial e social de tal estratégia é muito maior, uma vez que vários efeitos colaterais e interações fisiológicas não antecipadas só se manifestam em experimentos de maior duração. Isto exigiu uma área maior no entorno de cada leito.
Para a implantação do projeto dentro dos novos parâmetros foram adquiridos novos equipamentos com recursos da Reserva Técnica Institucional da FAPESP processo 2008/58248-0). A área recebeu macas de tamanho especial, compatível com o elevador de carga, para o transporte do animal, permitindo que o animal vivo seja deslocado até o tomógrafo do Projeto PISA em poucos minutos, e com todos os equipamentos de monitoração acoplados.
Os leitos necessitam dispor de infraestrutura para realizar oxigenação extracorpórea, diálise, anestesia prolongada, medidas invasivas e não invasivas de função respiratória e cardíaca, análises laboratoriais rápidas (eletrólitos, gases sanguíneos e metabologia), assim como infraestrutura para garantir homeostase por períodos prolongados. Portanto foi necessário adquirir os equipamentos monitores EV1000, estativas e aspiradores cirúrgicos, além de fazer upgrade em equipamentos de tomografia de impedância elétrica para melhor controle fisiológico do animal, diminuindo a variabilidade de resposta inflamatória, importante desfecho nos experimentos.
O novo núcleo multiusuário já foi inserido na Rede Premium e também está sendo utilizada para cursos práticos de pós-graduação na Pneumologia, Anestesia e Emergências Clínicas, além da sua utilização para cursos de capacitação pela comunidade externa como empresas de tecnologia. Com esta estrutura e participação da Disciplina de Telemedicina da FMUSP, já foi possível realizar uma videoconferência ao centro de Convenções Rebouças, no congresso Internacional Critical Care Conference, com transmissão de 2 aulas em 2 animais simultaneamente.
A UTI, que já dispõe de equipamentos para três leitos, é mais um diferencial da instituição que tem uma grande expertise em pneumologia e medicina intensiva, com artigos publicados em revistas de grande impacto e diversas colaborações internacionais.